Tucanagem: Coordenador de Alckmin acusado de 8 crimes
A revista IstoÉ publicou dossiê elaborado por auditores da Receita Federal, que acusa Eduardo Jorge, secretário-geral da Presidência da República no governo FHC e um dos coordenadores da campanha Alckmin, por oito crimes diferentes.
Entre as acusações, constam doações de dinheiro ao PSDB com recursos do governo, movimentação financeira incompatível com a renda, uso de laranjas, distribuição fictícia de lucros e de notas fiscais frias.
As denúncias são resultado de um ano de trabalho realizado pelos procuradores em 128 caixas de documentos, livros-caixa e declarações de bens de Eduardo Jorge. Para complicar ainda mais a vida do coordenador de Alckmin, seu contador confirmou as acusações. Diferente do que acontece em relação ao governo federal, a grande imprensa igmorou o caso.
Pedida a devolução do dinheiro e cassação
Os auditores revelam que as empresas de Eduardo Jorge repassaram à campanha de FHC, em 1998, cerca de R$ 250 mil tirados irregularmente do DNER. Eles descobriram também que o coordenador de Alckmin sonegou R$ 1,7 milhão por não pagar impostos pelas notas fiscais que emitia.
Eduardo Jorge montou empresas fantasmas para produção dessas notas frias. No endereço de uma delas foi encontrado um hotel. Em outra, o negócio era tocado por um laranja. Ele ainda teve movimentação financeira incompatível com a renda declarada.
Em 1999, primeiro ano do segundo mandato de FHC, o ex-secretário declarou bens no valor de R$ 2 milhões, um aumento de 107% em relação ao ano anterior. Funcionário do Senado, Eduardo Jorge movimentou R$ 1,7 milhão em sua conta bancária.
O Ministério Público abriu processo contra o coordenador da campanha de Alckmin para que ele devolva aos cofres públicos o dinheiro retirado indevidamente, perca seus bens e tenha os direitos políticos cassados.