Tucanos desvalorizam educação em São Paulo
Um professor paulista ganha 40% menos que um professor acreano. Orçamento de São Paulo é 47 vezes maior que o do Acre.
Dia dos professores: Acre paga 40% mais que São Paulo
Responda rápido: se
fosse professor, você preferiria
dar aulas em um Estado
como São Paulo, que arrecadou
R$ 95 bilhões no ano
passado, ou no Acre, que
arrecadou R$ 2 bilhões?
Se você escolheu São
Paulo fez besteira, porque
vai receber um salário 39%
menor.
Caso seja levado em
conta que o custo de vida lá
é menor, a diferença entre
os dois pagamentos aumenta
para 60%.
Isto é, apesar de trabalhar
em um Estado que
arrecada 47 vezes mais, um
professor paulista com formação
superior recebe como
piso inicial R$ 8,05 por
hora, enquanto seu colega
acreano ganha R$ 13,16.
Atraso dos tucanos – Esse é o presente que
12 anos de sucessivos governos
do PSDB deram para os
professores paulistas ontem,
dia consagrado à categoria.
No Acre, um profissional
que trabalhe 30 horas
por semana recebe R$
1.580,00 por mês e compra
12 cestas básicas.
Lá, a cesta básica vale R$
124,00. Aqui, um professor
com a mesma carga horária
recebe R$ 966,00 e consegue
adquirir apenas cinco cestas
básicas. O valor da cesta paulista
é R$ 194,00.
Qualidade – O governo do Acre é o
que melhor paga os professores
no Brasil (São Paulo
é o oitavo) porque segue a
regra do representante para
assuntos educacionais da
ONU no Brasil, Célio da
Cunha. Ele afirma que o salário
baixo é uma das explicações
para a má qualidade
do ensino.
Para comprovar, Cunha
analisa os resultados do Saeb
(exame do Ministério da
Educação que avalia estudantes)
entre 2003 e 2005.
O Acre foi o lugar em
que as médias dos alunos das
4ª séries mais evoluíram.
Em português, por
exemplo, subiu 13,8 pontos
contra apenas 1,1 de São
Paulo.
Disputa entre tucanos
reflete na piora da educação
A briga entre Serra e o
ex-governador Alckmin para
ver quem sai candidato a
presidente da República pelo
PSDB vai prejudicar ainda
mais a Educação no Estado
de São Paulo.
Para prejudicar o adversário,
Serra cortou a maior
parte dos programas de
investimento em Educação
elaborados pela administração
Alckmin.
O Escola da família
perdeu 48% e passou de R$
218 para R$ 113 milhões; o
Escola em tempo integral,
que recebeu R$ 62 milhões
em 2006, foi simplesmente
extinto; e o Escola do saber
perdeu 50%, passando de R$
212 para R$ 111 milhões.
Tão lamentável quanto
a situação dos professores e
da Educação paulistas é o silêncio
dos representantes do
setor no governo Serra.
A secretária de Educação,
Maria Helena Guimarães
de Castro, não quis
falar e disse que salário dos
docentes era responsabilidade
da secretaria de Gestão.
Lá, ninguém também quis
falar. Talvez tenham ficado
quietos de vergonha.