Turbulência global: crise lá e recuperação por aqui

Enquanto montadoras pedem mais dinheiro nos EUA, no Brasil, registram alta nas vendas

Enquanto nos Estados Unidos as montadoras não cessam de pedir ajudar e anunciar novos e negativos números, as montadoras brasileiras têm conseguido exibir melhores performances.O ponto em comum é que, nos dois casos, o setor tem contado com a ajuda do governo.

No Brasil, as chamas da crise cederam um pouco frente aos dados de vendas de automóveis na primeira quinzena de fevereiro, divulgados na terça-feira pela Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores. “O mercado parou de cair. Isso é uma boa notícia”, disse o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze.

Por conta da recuperação das vendas, a Renault manteve na segunda-feira tratativas para reintegrar 500 dos 854 trabalhadores com contratos suspensos por cinco meses. A melhoria das vendas levou a Fiat ontem a ampliar a manutenção de 40 mil empregos até 10 de março, ante previsão anterior de 9 de março. Para o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Carlos Alberto Grana, os números mostram recuperação melhor do que o esperado.

Nos EUA, a terça-feira foi marcada por novos pedidos de socorro ao governo feitos pela General Motors e da Chrysler. A GM pediu acesso a mais US$ 16,6 bilhões e afirmou que ficará sem dinheiro no próximo mês, se não receber apoio federal.

A maior montadora dos EUA está sobrevivendo com o empréstimo de US$ 13,4 bilhões concedido no governo de George W. Bush e expôs ao Departamento do Tesouro um plano para fechar mais 14 fábricas, eliminar centenas de revendedores e cortar 47 mil empregos no mundo.

Na proposta de restruturação, a Chrysler pediu hoje US$ 5 bilhões – acima dos US$ 3 bilhões esperados – e anunciou cortes de 3 mil vagas.

Do Zero Hora