Um alerta ao presente e ao futuro
Sindicato entrega carta ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e faz a defesa dos empregos e da indústria nacional
O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, e o diretor administrativo, Moisés Selerges, entregaram uma carta dos Metalúrgicos do ABC ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, em reunião ontem, em Brasília.
“O Sindicato cumpre o seu papel ao falar com o governo federal sobre tudo aquilo o que preocupa e afeta trabalhadores. O Brasil tem que ter uma indústria forte, que gere empregos de qualidade. Para isso, é preciso incentivos, um BNDES fortalecido e um sistema de qualificação dos trabalhadores que nos prepare para um Brasil competitivo”, afirmou Wagnão.
“Não dá para o país passar por desindustrialização, cair da sexta para a nona economia mundial e caminhar para a 10ª, 12ª posição. Essa queda, com perda de 1,1 milhão de postos de trabalho, tem que ser estancada.”, prosseguiu.
“Somos terminantemente contra a lógica de carteira verde amarela que cria subempregos, empobrece as famílias e não leva ao desenvolvimento. O Brasil não pode ser um país apenas exportador de commodities e ter uma indústria subdesenvolvida”, explicou.
Na carta, o Sindicato reitera que a reforma Trabalhista precariza as condições de trabalho, reduz os salários e tem efeitos negativos para o desenvolvimento econômico sustentável e a redução das desigualdades. Também alerta sobre o crescimento da pobreza e da desigualdade, inclusive com medidas de desmonte de políticas públicas e a PEC dos gastos, que congelou investimentos públicos por 20 anos.
“Reiteramos nossos alertas ao presente e ao futuro. Reiteremos que este Sindicato sempre estará à disposição para o diálogo, para debater ações que promovam o desenvolvimento do Brasil, desde que se paute pela justiça social, e pelo espírito público, que deve permear as relações entre o governo e os movimentos sociais em um Estado democrático de direito”, conclui a carta (confira a íntegra).
Wagnão contou que, ao receber o documento, o vice-presidente disse que tem o mesmo objetivo de não querer o empobrecimento do país e da população. Sobre a proposta de criação de um fórum para debater a reforma da Previdência, Mourão respondeu que o espaço de debates será o Congresso Nacional.
Reforma da Previdência
Junto com o presidente da CUT, Vagner Freitas, e o secretário-geral, Sérgio Nobre, que acompanharam a reunião, os dirigentes reforçaram ao vice-presidente da República que a CUT não aceitará a reforma da Previdência como está sendo desenhada.
“Aproveitamos o ensejo para dizer ao vice-presidente do país que essa reforma da Previdência que está sendo posta na mídia não tem a nossa concordância. Não vamos aceitar nenhuma proposta que retire nossos direitos”, disse Vagner Freitas.
“Defendemos uma Previdência Social para todos, que não se torne poupança de banqueiro”, afirmou o presidente da CUT, referindo-se ao sistema de capitalização que vem sendo colocado pelo governo como alternativa ao modelo vigente de aposentadoria.
Da Redação.