Um drama que se repete a cada verão
Pelo menos 10 mil famílias vivem em áreas de risco em toda a região, segundo o Consórcio de Prefeitos do ABC. O drama delas, no entanto, só é visto nesta época de fortes chuvas. A situação mais dramática novamente ficou com São Bernardo. Oito pessoas morreram, seis delas crianças, em desabamentos no Jardim Silvina no último dia 13.
O prefeito de São Bernardo, Willian Dib, declarou recentemente para a imprensa que “existem outras prioridades”, que remover as famílias dessas áreas.
Ao invés de uma solução definitiva, as famílias estão alojadas em um dos três abrigos cedidos pela Prefeitura.
Os espaços são provisórios. Banheiros e lavanderias comunitárias lembram a dura realidade. Não há água na torneira dos alojamentos da favela do Silvina, por exemplo.
Já os moradores da favela da Biquinha, também em São Bernardo, têm de se contentar com uma quadra poliesportiva. Dos 700 desabrigados do bairro, apenas 57 pessoas deixaram suas casas e seguiram para a quadra que funciona como um acampamento.
Com exceção de crianças, os abrigados podem ficar ali apenas durante a noite. As famílias não podem levar nada além da roupa do corpo. Móveis e eletrodomésticos são deixados para trás. À noite, colchões são espalhados pelo chão. Homens e mulheres dormem separados.