Um encontro para pactuar o futuro

“Produzir 100 ninguém vai, 50 é o mínimo. Então porque não podemos pactuar em produzir 70?”. A frase de Fausto Cestari, secretário executivo do Consórcio de Prefeitos do ABC, dá a ideia do que a região espera do seminário O ABC do Diálogo e do Desenvolvimento.
Para o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, a atual conjuntura econômica pede a união de trabalhadores, empresários e poder público. “A crise colocou em posições contrárias os diversos agentes envolvidos. Mas, essa é uma crise que só vamos vencer com uma agenda comum”, afirmou.
Sérgio Nobre disse que a atual crise difere de outras, porque antes previa-se como seria o desfecho. Essa não. Ninguém consegue traçar um prognóstico do que acontecerá nos próximos meses na sua opinião.
“A grandeza do seminário está em estabelecer o mínimo de previsibilidade”, comentou.
O coordenador regional do Ciesp, Willian Pesinato, aposta no mesmo caminho. “A experiência da industrialização e do desenvolvimento das relações de trabalho nos dão essa capacidade de negociar”, afirmou. Ao lembrar de experiências parecidas, o presidente da Associação Comercial de São Bernardo, Valter Moura, acrescentou que a região conseguiu se unir para discutir a superação de várias outras crises econômicas.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino da Silva, o Martinha, comparou o seminário com a formação da Câmara Setorial do Setor Automotivo, em 1992. “Foi a partir de uma agenda positiva do ABC que estabelecemos um acordo com metas de produção e emprego. Podemos fazer isso de novo”.