Um novo mundo é possível
Quando pensamos em
proteção ambiental pensamos
nas catástrofes veiculadas
pela TV. A atitude mais comum
é darmos ao Estado a
responsabilidade de nos livrar
do terror ambiental: da poluição
dos mares, do ar, das
queimadas, do degelo e de
outras bombas relógio apontadas
para nós. Um alento nos
acalma por alguns momentos
ao saber que alguns abnegados
das ongs estão nesta luta.
Mas é muito pouco!
Até a edição do protocolo
de Kioto, em 1997, trabalhávamos
no varejo, enquanto
o problema ambiental
avançava no atacado! O
protocolo estabelece as cotas
de emissões de carbono
comercializáveis entre os
países. Se uma nação emite
carbono demais, como os
EUA – 36,1% , conforme o
anexo 1 do protocolo -, pode
comprar créditos de países
que emitem menos. Estamos
diante de um grande negócio
para o Brasil.
Excelente! Mas ainda
permanecemos dentro do
paradigma do capital e
Kioto é um pacto parcial,
sem a presença do maior
poluidor, os EUA. Há nele o
benefício dos créditos de
carbono comprados pelos
ricos e a necessidade de dinheiro
dos países pobres.
Os créditos de carbono
trazem de volta a questão de
haver ou não mecanismos
sociais superiores aos da
compra e venda. O mercado
não é o limite da criatividade
humana e nem podemos
acreditar que com o
capital chegamos ao fim da
história. O interesse econômico
dos mercados é, historicamente,
o vilão dos horrores
das guerras.
A alternativa socialmente
superior seria a
ONU, como entidade representativa
da humanidade.
Sabotada pelos EUA, a
ONU não se firmou como
autoridade de um poder
mundial, lúcido e eficaz. A
via do capital para um mundo
melhor para as gerações
futuras deve nos deixar
atentos. Precisam ficar claras
as tarefas e o grau de eficiência
que os trabalhadores
precisam ter na sua luta por
um mundo melhor.
Departamento de Formação