Um pouco da história da comissão

O presidente da Associação dos Metalúrgicos Aposentados (AMA-ABC), Wilson Roberto, fez parte da primeira coordenação da Comissão de Combate ao Racismo do Sindicato.

Entrevistado para um trabalho acadêmico de Ana Nice, ele conta que diante do incentivo de Benedita da Silva logo se formou a comissão que, uma vez consolidada, entrou em contato com o Sindicato dos Bancários para que fosse estendida a discussão em outras categorias.

Wilson resgata alguns casos de atuação, como quando um restaurante chamado “O Forno” (onde hoje funciona o Shopping Metrópole) precisava de uma secretária, abriu o concurso e, na hora em que a vencedora compareceu ao trabalho, foi recusada pelo dono por ser negra: ele lhe mandou ser ajudante de cozinha. Ao tomar conhecimento do caso, representantes da comissão foram até lá e promoveram manifestação, mas a moça se recusou a ficar ali.

“Num país em que a discriminação é fato corrente do dia-a-dia, mas que ao mesmo tempo não é admitida, ocorrências como essa passariam sem intervenção caso não houvesse um grupo consciente para questionar a posição da companhia”, lembra Ana Nice.

Iniciativas – Durante o mandato de Wilson (1994-1998) também foi realizado o primeiro “Baile do Ébano”, cujo objetivo foi arrecadar recursos para algumas ações externas da comissão, como a participação na primeira Conferência Interamericana contra a Discriminação Racial. Já havia, então, o repúdio ao 13 de maio como data representativa da libertação da população negra e a comemoração no 20 de novembro, como ocorre hoje em homenagem ao líder negro Zumbi dos Palmares.

A criação do centro de cultura e de educação Solano Trindade também foi uma iniciativa da comissão, juntamente com as dos sindicatos da região, como Bancários, Químicos etc.

O Centro dá atendimento a crianças e jovens carentes nas áreas de psicologia, pedagogia e cultura, além de prestar atendimento psicológico também a seus pais.