Uma outra economia é possível


Encontro do setor de metalurgia realizado pela Unisol em São Bernardo

Uma das alternativas ao desemprego criada pelos metalúrgicos do ABC nos anos 90 foi assumir fábricas que haviam fechado ou que estavam em estado pré-falimentar e transformá-las em empreendimentos autogestionários, aqueles controlados pelos trabalhadores.
Surgiram assim várias cooperativas de produção e de serviços comandadas pelos trabalhadores, ampliando as bases da economia solidária na região.
O Sindicato atuou de forma decisiva nestes processos para viabilizar os empreendimentos, assegurou assessoria técnica para se desenvolverem, mediou relações para o fortalecimento das cooperativas e atuou na construção de uma estrutura organizativa, que culminou na criação da União e Solidariedade das Cooperativas, a Unisol Brasil, uma espécie de central para o setor.
A ação do Sindicato foi movida por dois objetivos: encontrar alternativa ao desemprego e fomentar experiências autogestionárias que apontassem caminhos aos trabalhadores para além da sua condição de operários.
Todos juntos
As duas experiências – a vivência operária em empresa privada e a vivência de um empreendimento autogestionário – deveriam enriquecer e fortalecer os elementos que as juntam no mesmo projeto político: a mesma matriz de valores, princípios éticos e de idéias que fazem parte de nossa visão de mundo e de nossa concepção de sociedade.
Acima de tudo, o mesmo ideal de construir uma nova sociedade.
Embora tenhamos clareza que a realidade das cooperativas é muito distinta da realidade sindical, é necessário reforçar neste congresso os laços que ligam as duas experiências ao mesmo projeto político.

Questões para o debate

Como fortalecer os laços de intercâmbio e de cooperação entre o Sindicato e as cooperativas?
Como reforçar os objetivos que levaram o Sindicato a investir nas cooperativas, de forma que fortaleçam processos democráticos de gestão dos empreendimentos e que dinamizem a economia solidária?
Que ações devem ser tomadas para aproximar os metalúrgicos e os trabalhadores em cooperativas e que os levem a compreender a especificidade de cada realidade (trabalhar numa fábrica ou numa cooperativa) e para pensarmos as relações que queremos desenvolver entre os trabalhadores como base de uma nova sociedade?
É interessante criar um grupo de trabalho, composto por membros das cooperativas e dirigentes do Sindicato, responsável pelo desenvolvimento e acompanhamento das ações mencionadas acima?