Unctad: Encontro termina com um alerta

A 11ª Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) terminou sexta-feira, em São Paulo, com um alerta de seu secretário-geral, o brasileiro Rubens Ricupero, para os países em desenvolvimento: “Esse encontro fez todos ficarem mais atentos para o fato de que é preciso reduzir a dependência das commodities”.

Commodities são os chamados produtos primários ou não industrializados. Podem ser agrícolas (soja, açúcar, café etc.) ou minerais (ferro, cobre, estanho etc.).

A exportação destes produtos tem garantido a vida dos países em desenvolvimento que embarcaram na canoa furada do neoliberalismo e hoje amargam dificuldades.

Até maio, por exemplo, as exportações de commodities atingiram o valor recorde de R$ 10 bilhões no Brasil. O resultado foi puxado pelas vendas de soja, carnes, açúcar e álcool. Entre janeiro e maio deste ano, o setor respondeu por 41,5% das exportações brasileiras.

Seu bom desempenho foi resultado da alta dos preços praticados no mercado internacional. Ricu-pero chamou a atenção que esses preços podem cair, provocando novas crises nos países que dependem das commodities.

>> Novas trocas

Como a exportação de com-modities é feita na maior parte para países desenvolvidos, o verdadeiro recado do secretário-geral foi para que as nações pobres aumentem os negócios entre si e melhorem as condições de troca com os ricos. E isto ocorreu durante a Unctad.

Segundo especialistas, o maior lucro da jornada de encontros ocorrida em São Paulo foi a retomada de negociações para a redução de tarifas alfandegárias entre os países. Outro avanço foi o acordo entre EUA e União Européia para a eliminação de subsídios à exportação.