União Europeia estuda banir fibra de carbono e, com isso, indústria automotiva acaba entrando em alerta
A fibra de carbono, material que se tornou sinônimo de leveza e alta performance na indústria automotiva, está sob ameaça na Europa. Legisladores da União Europeia estão discutindo a inclusão do composto na lista de materiais perigosos, o que pode levar a sua proibição em carros novos nos próximos anos. O motivo? Preocupações com impactos ambientais e riscos à saúde humana durante o processo de reciclagem.
A proposta faz parte de uma versão revisada da Diretiva de Veículos Fora de Uso (End of Life Vehicles – ELV), apresentada em abril de 2025, conforme revelou o jornal japonês Nikkei. Segundo o texto, fragmentos de fibra de carbono liberados quando o material é cortado ou reciclado podem representar riscos tanto para o meio ambiente quanto para trabalhadores expostos.
Embora a proposta ainda esteja em debate e não tenha sido aprovada, sua simples existência já está causando apreensão entre montadoras e fornecedores. Afinal, esta seria a primeira vez que uma grande jurisdição classifica oficialmente a fibra de carbono como substância perigosa. E mais: o texto abre espaço para exceções apenas “quando não houver alternativas viáveis” — o que, indiretamente, sugere que as autoridades europeias acreditam que essas alternativas já existem, embora nenhuma tenha sido nomeada até agora.
Fabricantes e usuários do material já estão se mobilizando para tentar barrar a proposta ou, ao menos, garantir isenções específicas, como ocorre atualmente com outros materiais classificados como perigosos. A decisão da UE poderá ter um efeito cascata sobre diversas cadeias produtivas, especialmente em um momento em que a indústria automotiva já enfrenta desafios para atender às metas de emissões, transição para elétricos e custos crescentes de produção.
Do Notícias Automotivas