União Europeia lança ofensiva contra carros elétricos “Made in China”
Abertura de investigação sobre subsídios para carros elétricos chineses, alegando preços “artificialmente baixos”
Os carros elétricos chineses estão ganhando espaço pelo mundo e os grandes mercados globais começam a adotar medidas para conter esse avanço. Se no Brasil a Anfavea defende a volta do imposto de importação para os eletrificados, na União Europeia a notícia é a abertura de uma investigação contra os subsídios da China para veículos elétricos. Cada vez mais ameaçada por uma iminente invasão de carros elétricos mais acessíveis vindos da China, a Europa se preocupa com sua capacidade de competir de igual para igual com as montadoras chinesas.
Na quarta-feira (13) Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou que haverá uma investigação formal contra os subsídios da potência asiática, afirmando que o mercado global está inundado de carros chineses baratos. O fato de a UE estar prestes a abrir uma investigação sobre os veículos elétricos chineses e subsidiados, apesar das preocupações com a retaliação da China – o maior mercado mundial para vários fabricantes de automóveis europeus – é um sinal de que a situação é muito grave.
Os fabricantes europeus enfrentam cada vez mais dificuldades para competir com as montadoras chinesas em seus países de origem. Por outro lado, a China tem muitos fabricantes de veículos elétricos apoiados por incentivos governamentais para a indústria e consumidores. Trazendo os números, os carros elétricos fabricados na China atingiram uma participação de mercado de 8% na Europa até o momento neste ano, contra 6% em 2022 e 4% em 2021, de acordo com a consultora automóvel Inovev citada pela Reuters.
Montadoras chinesas, incluindo BYD, MG, de propriedade da SAIC, Zeekr, de propriedade da Geely, e as novas e promissoras startups de veículos elétricos Nio e XPeng, entre muitas outras marcas menores, estão se preparando para aumentar as vendas na Europa lançando produtos mais acessíveis em comparação aos seus equivalentes europeus. Se os planos das marcas chinesas derem certo, grupos automotivos como Stellantis e Volkswagen, que vendem carros elétricos nos segmentos mais acessíveis do mercado europeu, serão duramente atingidos.
Do Automotive News