Unicamp vai criar centro para manufatura de células a combustível
Células a combustível são dispositivos eletroquímicos que convertem diretamente a energia química de um combustível em eletricidade, sem a necessidade de combustão
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai construir este ano, em seu campus, o primeiro centro multiusuário em tecnologias de manufatura de células a combustível da América Latina. O projeto, ligado ao programa Rota 2030, é realizado no âmbito do Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) contará com investimentos de R$ 9 milhões.
Células a combustível são dispositivos eletroquímicos que convertem diretamente a energia química de um combustível em eletricidade, sem a necessidade de combustão. O projeto conta com o apoio de 13 empresas – como companhias de biocombustíveis e montadoras de veículos, além da parceria com o Senai Cimatec – e tem como principal propósito estabelecer uma política industrial para o setor automotivo.
O engenheiro químico Gustavo Doubek, professor da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp e coordenador da iniciativa no Cepetro, conta que o centro focará em uma célula a combustível específica: a de óxido sólido (SOFC) com suporte em metal. Esta tecnologia é eficiente na transformação de energia química em elétrica, porém, até agora, não foi utilizada em aplicações embarcadas, sendo mais voltada para geração estacionária, como baterias.
A equipe de pesquisadores da Unicamp tem a expectativa de superar dois desafios centrais dos veículos elétricos a bateria no Brasil: autonomia relativamente limitada e demora na recarga. Os pesquisadores consideram a viabilidade do uso de etanol hidratado como combustível, gerando eletricidade diretamente, sem depender de um motor a combustão. A vantagem aqui é que o etanol já possui uma cadeia de produção e distribuição consolidada no país, e o abastecimento seria realizado da mesma forma que ocorre atualmente, utilizando etanol.
Do Valor Econômico