Unisol debate futuro da economia solidária

800 representantes de cooperativas e empreendimentos solidários de todo o Brasil discutirão o futuro do setor no Cenforpe, em São Bernardo, durante o 3º Congresso da Unisol Brasil


Economia solidária é uma das bandeiras da categoria, afirmou Barba. Foto: Rossana Lana / SMABC

A Unisol Brasil (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários), entidade de economia solidária criada pelo Sindicato há 13 anos, discutirá de quarta, dia 21, a sexta-feira, dia 23, o futuro do setor em seu 3º Congresso Nacional, que acontece no Cenforpe, em São Bernardo.

O evento realizado a cada três anos reunirá cerca de 800 representantes de empreendimentos solidários de todo o País, que são filiados à entidade, além de representantes do governo federal e de cooperativas internacionais.

A abertura acontece nesta quarta, a partir das 9h, com um Seminário Nacional. O tema será “Desenvolvimento Sustentável da Economia Solidária Brasileira”, com apresentação do balanço da última gestão da Unisol e projetos de interesse da Economia Solidária.

Segundo Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, diretor administrativo do Sindicato, a economia solidária é uma das bandeiras da categoria e por isso é importante defender ações para o setor.

“Em alguns países o cooperativismo é um segmento econômico importante do PIB nacional, mas no Brasil esse segmento sofreu distorções pelo mau uso dessa possibilidade”, disse o dirigente.

“A Unisol é uma entidade que articula projetos importantes da classe trabalhadora como alternativa de geração de emprego e renda com o controle dos trabalhadores”, completou Barba.

Atualmente, a Unisol apoia 750 empreendimentos de 11 setores econômicos diferentes, espalhados por 27 Estados brasileiros. Cerca de 70 mil famílias são beneficiadas pelas cooperativas ligadas à central de cooperativas.

Seu presidente, Arildo Mota Lopes, acredita que os debates trarão subsídios para políticas que o governo federal desenvolve para os empreendimentos solidários.

“Com essas discussões indicamos quais política públicas são necessárias para programar ou viabilizar o andamento e crescimento dos empreendimentos solidários em diversos setores”, disse Arildo.

Saiba mais sobre o evento no site: www.unisolbrasil.org.br/congresso2012

Histórico
A ideia de se construir uma central de cooperativas e empreendimentos solidários surgiu no final da década de 1990, durante a crise econômica provocada pelo modelo neoliberal do governo FHC.

Várias fábricas da base sofreram nesse período, entre elas a Conforja, forjaria de Diadema, que chegou a ter 1.800 trabalhadores e estava prestes a quebrar.

“O Sindicato decidiu não deixar a empresa fechar e, ao lado dos trabalhadores, assumiu o controle da antiga empresa”, contou Barba.

“Foram constituídas quatro cooperativas de produção, unidas numa central, a Uniforja, hoje a maior fabricante de anéis, flanges e conexões de aço forjado de toda a América do Sul”, prosseguiu o dirigente.

“Construir a Unisol foi um desafio, principalmente por causa das barreiras criadas pelo governo FHC aos empreendimentos solidários”, relembrou.

“Hoje, nosso desafio é criar condições para viabilizar todos os empreendimentos que a entidade reúne. Com a nova Lei de Cooperativas recentemente aprovada teremos mais força para essa tarefa”, concluiu o dirigente.

Da Redação