Uniwidia: Cooperativa comemora quatro anos
Depois de superar dezenas de obstáculos para arrendar o maqui-nário e fazer a massa falida da Cervim voltar a produzir, os 42 cooperados comemoram os quatro anos da Uniwídia buscando empréstimo junto ao BNDES para comprar a empresa.
“Apesar das dificuldades para concretizar o sonho de serem donos do maquinário, ferramental e terreno, estamos acostumados a ultrapassar problemas”, afirmou Aziel Pereira, presidente da Unisol (a entidade que reúne as cooperativas de produção) e cooperado na Uniwídia.
Os companheiros perderam o sossego em 1995, quando a Cervim pediu concordata. Com salários atrasados, eles passaram a trabalhar na base da co-gestão, em troca de uma parte do faturamento, e a partir daí iniciaram a constituição da cooperativa, que aconteceu em abril de 1999.
Em agosto do mesmo ano, arrendaram as máquinas e assumiram a empresa na forma de cooperativa de produção.
>> Liminar garantiu funcionamento
O processo de reer-guimento durou apenas quatro meses e foi interrompido em dezembro de 99, quando a Justiça decretou a falência da Cervim e lacrou a empresa.
De nada adiantaram as manifestações pedindo para a Justiça rever sua decisão, que não interessava a ninguém. Isto porque o Estado não arrecadava, as pessoas não trabalhavam e o ma-quinário corria o risco de virar sucata.
A lacração foi derrubada através de liminar e a Uniwídia voltou a produzir em março de 2.000.
A partir daí a cooperativa recuperou antigos clientes e passou a ganhar mercado com uma linha de produtos diferenciada. Atualmente, a Uni-wídia sinteriza cerca de 700 quilos de metal duro mensalmente.
>> Manutenção do trabalho e da renda
Os trabalhadores têm retiradas mensais e, a partir do segundo ano de cooperativa, passaram a ter os reajustes da campanha salarial dos metalúrgicos.
Os cooperados também têm convênio médico, cesta básica, férias anuais e pagam a metade do INSS, enquanto a Uniwídia paga a outra parte. No final do ano embol-sam uma participação sobre o faturamento, que lembra o 13º salário.
As decisões são tomadas em assembléias, onde cada cooperado tem um voto.
Nesta segunda-feira, dia 29, os trabalhadores comemoram mais uma conquista, que é o funcionamento do restaurante.
O próximo passo é conseguir financiamento do BNDES para a compra da fábrica antes da realização do leilão da massa falida.