Usimatic: Perseguição e humilhação
A Usimatic, de São Bernardo, nunca admitiu representação no local de trabalho e persegue os companheiros que tentaram defender os interesses dos trabalhadores na fábrica. Ela também não obedece a NR 5 e impede os cipeiros de exercer seu trabalho de prevenção de acidentes. Esse comportamento atrasado e truculento se repete agora com o cipeiro Cleyton Luciano de Souza, que também conta com estabilidade por ter sofrido um acidente na empresa.
Foi em 2001, quando trabalhava em uma prensa excêntrica antiga, sem sistema de segurança, censor ou pinças e tinha comando por pedal. Durante o serviço, o pedal entrou embaixo da máquina mantendo-a acionada quando ele estava com a mão direita na área de prensagem. Cleyton perdeu as falanges superiores dos três dedos do meio.
O acidente deixou o companheiro afastado por um ano e nove meses. Nesse período a Usimatic nem tomou conhecimento de seu problema. Ele só voltou no início de 2003 e foi transferido para a área de solda, em função compatível para um portador de sequela. Depois foi transferido para a expedição, local que o isola dos demais trabalhadores.
Perseguição
Logo depois Cleyton foi eleito para a CIPA e conseguiu que a fábrica substituísse as prensas velhas. Não houve mais acidentes com as máquinas, mas a fábrica começou com as perseguições.
“Isso só acontece porque tentamos melhorar a vida dos trabalhadores na Usimatic”, protesta o metalúrgico. Ele recebeu a primeira advertência quando trabalhava no computador e recebeu a absurda acusação de espionagem industrial! Algum tempo depois foi acompanhar a assembléia de PLR e ganhou a segunda advertência. A empresa alegou que Cleyton não podia deixar seu posto! unto com esta punição começaram as humilhações. Neste dia, seu chefe provocou um tumulto quando o Sindicato estava na portaria da fábrica e ainda chamou a polícia.
Pouco tempo depois ele obedeceu as ordens de seu encarregado para fazer um serviço fora de sua área e foi suspenso por estar fora de sua área! No dia que retornou do gancho, antes de chegar ao setor parou para cumprimentar um companheiro. Só por isso, levou nova suspensão.
Além de toda essa perseguição, Cleyton é constantemente ameaçado, xingado (inclusive com palavrões), humilhado, chamado de incompetente e insignificante. O Sindicato chamou a Usimatic para uma reunião, mas a empresa continuou intransigente e ainda ameaçou demitir Cleyton por justa causa.
“Fica claro para o Sindicato que a empresa usa dos piores artifícios para impedir a organização dos trabalhadores, já que a perseguição não é só com o Cleyton, mas também, com os demais trabalhadores”, afirmou José Paulo, diretor do Sindicato. “E isso nós não vamos aceitar”, concluiu.