Vamos discutir salário, patrão!

Amanhã é dia de assembleia: Todo mundo na Sede, às 18h, para pressionar os grupos patronais a abrirem as negociações sobre cláusulas econômicas.

Metalúrgicos querem discutir salário já!

Já faz mais de 40 dias que as pautas de reivindicações dos metalúrgicos para a campanha salarial foram entregues aos patrões. A data base venceu na terça-feira e eles continuam se recusando a falar do percentual de reajuste salarial.

“Eles imaginaram que a crise econômica deixaria a categoria paralisada, mas erraram”, analisou Moisés Selerges, coordenador de base São Bernardo, em assembleia ontem com os companheiros na Mercedes.

“Essa assembleia já é uma reação dos trabalhadores contra a postura intransigente dos setores patronais, que sequer aceitam iniciar os debates das cláusulas econômicas”, afirmou Moisés.
O coordenador da Regional Diadema, David Carvalho, que acompanha as negociações com os grupos 2 (máquinas e eletroeletrônicos) e 3 (autopeças, forjarias e parafusos), concorda.

David diz que os trabalhadores não estão indiferentes à crise, mas exigem uma postura consequente das bancadas patronais na mesa de negociação. “Essa enrolação só aumenta a impaciência dos metalúrgicos”, destacou.


Para Moisés, metalúrgicos estão atentos e exigem discutir reajuste salarial

Equilíbrio
Para o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, que acompanha as negociações com as montadoras, a categoria sabe que a campanha deve encontrar um ponto de equilíbrio entre os setores afetados e os não afetados pela crise. Mas, a indiferença
dos patrões está provocando indignação nos locais de trabalho.

“A uma altura dessas, já era para termos ao menos uma sinalização sobre os índices
de reajuste”, lembrou Wagnão.

Rosi Machado, dirigente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT e de nosso Sindicato, que acompanha as negociações com o grupo 8 (trefilação, laminação, refrigeração),
enfatizou que a situação se repete no grupo que participa. “É onde as negociações estão mais atrasadas. Não há consenso sequer sobre a renovação das atuais cláusulas sociais, imagine a respeito dos salários”, comparou Rosi.