“Vantagem do nosso País é a capacidade do ferramenteiro brasileiro”, diz Rafael
O ex-presidente Lula recebeu os presidentes do Sindicato, Rafael Marques e da CUT, Vagner Freitas e representantes do APL de Ferramentaria do ABC, da Agência de Desenvolvimento e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo
O presidente do Sindicato, Rafael Marques, esteve reunido ontem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para debater o setor de ferramentaria no Brasil.
Durante o encontro, um estudo elaborado pelo Arranjo Produtivo Local, o APL de Ferramentaria, que é apoiado pelos Metalúrgicos do ABC e pela Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC foi entregue ao ex-presidente. (Saiba mais nos quadro)
“O ex-presidente sabe o quanto é importante reverter a diferença entre o que se exporta e o que se importa em ferramentaria, porque o setor é responsável por 92% da construção de um veículo”, contou.
“No ano passado, tivemos um déficit de cerca R$ 460 milhões na balança comercial do setor”, alertou.
Para Rafael, o novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto, pode impulsionar o País, que já foi o 5º polo de ferramentaria na década de 80.
“A avaliação é de que todas as medidas, que estão dentro de recuperarmos uma posição de alta relevância no setor”, analisou.
“Nossa meta é tornar o Brasil o 3º maior polo de ferramentaria do mundo”, completou.
“A Coréia é um exemplo mais próximo do quadro brasileiro, de uma política industrial agressiva que deu resultados positivos”, acrescentou.
Para isso, o presidente do Sindicato defendeu três propostas primordiais para alavancar o setor.
“A primeira medida é prorrogar o Inovar-Auto, que não pode se encerrar em 2017, precisamos dar um prazo maior para o Regime Automotivo”, avaliou Rafael.
Segundo ele, outro desafio a ser superado é garantir o financiamento para o segmento.
“Estamos lutando para que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) crie uma linha exclusiva para as ferramentarias, um programa Pró-ferramentaria”, explicou.
Rafael destacou ainda, para o ex-presidente Lula, o diferencial altamente favorável ao País que é a capacidade de contar com profissionais que já participaram de projetos como o do Gol, do Fusca, do UP! e tem esse conhecimento acumulado.
“A vantagem do Brasil é a capacidade do ferramenteiro brasileiro e temos que investir nesta formação e capacitação”, ressaltou.
Segundo o presidente, o ex-presidente Lula elogiou as propostas e incentivou o Sindicato e o setor a pressionar e cobrar o governo federal para o desenvolvimento de uma política, que envolva os bancos públicos e também o Ministério da Educação, o MEC.
“O ex-presidente fez questão de destacar essa participação do MEC para a formação de ferramenteiros e para a construção do laboratório de engenharia”, afirmou.
O País tem no setor de ferramentaria algo em torno de 10 mil empresas.
Para Rafael, todo esse esforço tem como objetivo elevar o Brasil à condição de produtor de plataformas globais.
“A Volks tem capacidade de produzir 128 modelos diferentes em uma única plataforma, queremos nos habilitar para isso”, concluiu.
Da Redação