Varejo e importados, os vilões do mercado de carros

Venda para pessoa física recua 8,1% no ano e a de modelos chineses cresce bem acima dos nacionais

Apesar de no acumulado do ano o mercado interno de veículos leves ainda indicar crescimento de 2,8%, dificilmente a meta da Anfavea de alta de 5% em 2025 será alcançada. Para que isso acontecesse, seria necessária uma expansão de 10,1% neste último trimestre do ano, conforme revelou o presidente da Anfavea, Igor Calvet, nesta quarta-feira, 8.

Dois dados preocupam nesse cenário de desaceleração do mercado de leves. Primeiro o desempenho do varejo de automóveis, que está em retração, e segundo o dos importados, cujas vendas crescem bem acima das relativas aos produtos nacionais. Segundo Calvet, a demanda por carros no varejo recuou 8,1% nos primeiros nove meses, caindo de 775 mil no ano passado para 750 mil unidades em 2025. Em contrapartida, as vendas diretas aceleraram 11,1%, de 595 mil para 662 mil carros.

No que diz respeito à origem dos produtos, os importados tiveram desempenho bem mais positivo. Suas vendas cresceram 10,8%, de 316,9 mil para 351,2 mil, enquanto a vendas dos nacionais registrou alta inexpressiva de 1,6%, de 1,435 milhão para 1,457 milhão. Destaque nos importados para a venda de carros chineses, que acelerou expressivos 51,2% de janeiro a setembro, atingindo 123,5 mil unidades em 2025, ou seja, mais de 1/3 do total de modelos vindos de fora.

De positivo em todo esse contexto, o presidente da Anfavea destacou a participação de 25% de produtos brasileiros no segmento de eletrificados (novas tecnologias), que hoje domina 11,8% do mercado total de leves, ainda com predominância dos chineses.

Do AutoIndústria