Vazamento expõe estratégia da BYD para reduzir custos com fornecedores
E-mail vazado indica cortes de custos e intensificação da competição no setor automotivo
A BYD, maior fabricante de carros eletrificados da China, está se preparando para intensificar a guerra de preços no setor, conforme revelado por um e-mail vazado recentemente. A mensagem, compartilhada na rede social Weibo, sugere que a montadora solicitou aos fornecedores uma redução de 10% nos preços a partir de janeiro de 2025. De acordo com Li Yunfei, diretor de relações públicas e branding da BYD, a prática faz parte das negociações anuais comuns na indústria automotiva e não é obrigatória.
Ele reforçou que os termos ainda podem ser ajustados em diálogo com os fornecedores. Com uma produção acelerada de 200 mil unidades adicionais para atender à demanda crescente, a BYD alcançou números impressionantes em 2024. A empresa já vendeu 3,2 milhões de veículos eletrificados até outubro, incluindo 500 mil unidades em um único mês, um recorde histórico. Até o final do ano, a previsão é atingir 4 milhões de unidades vendidas, consolidando sua posição como líder entre os eletrificados.
A estratégia agressiva de preços permitiu à BYD conquistar uma participação de mercado superior a um terço das vendas de carros elétricos e híbridos plug-in na China, além de forçar a consolidação do setor. Marcas menores, como HiPhi e WM Motor, por exemplo, chegaram a declarar falência devido à essa intensa competição. Embora 90% das vendas da BYD ainda estejam concentradas na China, a montadora tem intensificado sua expansão global, com foco na Europa, América Latina e, especialmente, no Brasil.
Mesmo enfrentando tarifas elevadas na Zona do Euro, a empresa planeja dobrar as exportações em 2024, alcançando 450 mil unidades. No terceiro trimestre de 2024, a BYD superou a Tesla em receita pela primeira vez. Enquanto a Tesla registrou US$ 25,2 bilhões no período, a BYD alcançou US$ 28,24 bilhões, impulsionada pelo aumento nas vendas globais. Além disso, o lucro líquido da montadora chinesa foi de 11,6 bilhões de yuans (US$ 1,63 bilhão), reforçando sua posição como uma força dominante no setor.
Do InsideEvs