Veículo flex vira trunfo no processo de descarbonização do país
Vinte anos após estreia no mercado, tecnologia dá fôlego à cadeia produtiva na preparação para futuro elétrico
“Em 2003, alguém da indústria imaginava que a tecnologia flex fuel teria no futuro um papel de protagonismo na descarbonização?”, pergunto a Henry Joseph Junior. “Ninguém”, responde o diretor técnico da Anfavea, sentado em sua sala na sede da associação. Em uma das paredes, emoldurado, está o tratado que instituiu o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool.
E nem havia como saber. Afinal, naquele momento em que estreava o primeiro veículo com motor flex do país, um Volkswagen Gol, todos os holofotes das montadoras estavam voltados para uma demanda econômica: com a chance de poder escolher o combustível, o consumidor poderia abastecer seu veículo com a opção que estiver mais barata no distribuidor.
Hoje, 20 anos depois e com uma participação de 80% na frota circulante brasileira, o veículo flex deixa de ser apenas uma alternativa às oscilações dos preços dos combustíveis. Passa a ser também um instrumento chave no processo de descarbonização que ganha corpo no país e, mais ainda, um trunfo brasileiro no contexto global das políticas ambientais.
Afora o baixo nível de emissões de CO² proporcionado pelo etanol, há uma outra vantagem em sua aplicação que fez a maioria das montadoras de veículos instaladas no país adotá-lo como protagonista no processo descarbonização nacional. A possibilidade de reduzir as emissões dos veículos apenas com o abastecimento do etanol, sem que sejam feitas alterações significativas no powertrain de automóveis e comerciais leves, soa como redução de custo aos ouvidos das fabricantes.
Do Automotive Business