Vencedora do prêmio Capes fala porque o trabalho tornou-se um vício das pessoas
A pesquisa mostra como a luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários aumenta a qualidade de vida dos trabalhadores
A socióloga e secretária de formação sindical do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos), Ana Cláudia Moreira, ganhadora do prêmio Capes pela sua tese de ciências sociais, apresentada no livro “Tempos de trabalho, tempos de não trabalho: disputas em torno da jornada do trabalhador” mostra como o trabalho se tornou um vício para as pessoas, que não sabem mais como lidar com o lazer.
Ana Cláudia mostra como o trabalho e a vida fora dela tornam-se partes que se completam, para provar isso ela acompanhou a vida de trabalhadores da Volkswagen de São Bernardo do Campo durante 24 horas por dia por um ano.
A pesquisa mostra como a luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários aumenta a qualidade de vida dos trabalhadores, a possibilidade de geração de mais de 2 milhões de empregos, segundo o Dieese e uma forma de ampliação dos direitos conquistados pela organização trabalhista.
Segundo a pesquisadora, a “intenção era ver como o tempo de trabalho influencia o tempo de não trabalho, porque não existe essa separação”. Ainda segundo a pesquisa, a autora constatou que “há o grupo de pessoas que levam o celular, o notebook e o trabalho para casa, e aqueles que mesmo quando estão em seu tempo de lazer ficam pensando em melhorias para a empresa”, explica.
Como lazer, os funcionários preferem a passividade diante da televisão, ou o churrasco aos domingos, quando ele ocorre. Raros os casos dos que escolhem o esporte, mesmo assim, costuma aparecer apenas exercício físico para recuperar danos causados pelo trabalho.
Da Rede Brasil Atual