Venda de caminhão usado dispara no Brasil
O aumento da venda de caminhão usado é causada por fatores como alta nos preços e demora para entrega do zero-km, cuja produção está sendo ajustada
A venda de caminhão usado disparou no Brasil. As 34.832 vendas registadas em agosto representam alta de 7,35% em relação às 32.447 de julho. Na comparação com o mesmo mês de 2019 o avanço foi de 3,35%. Os dados foram divulgados pela Fenabrave, federação que reúne as associações de concessionárias de veículos do Brasil.
Gerente da SelecTrucks, loja multimarcas de seminovos da Mercedes-Benz, Luiz Pereira diz que a alta é resultado de ao menos dois fatores. O primeiro é o aquecimento do agronegócio, que vem sendo impulsionado pelas exportações. “Isso fez com motoristas agregados e pequenos transportadores tivessem de investir às pressas num caminhão”, diz.
O outro fator apontado por Pereira é a falta de alguns modelos zero-km para entrega imediata. A opinião é compartilhada pelo presidente da NTC&Logistica, Francisco Pelucio. “Se não há novo, tem de ir para o caminhão usado”, diz ele em entrevista exclusiva ao Estradão. Em agosto, embora a produção de caminhões no Brasil tenha crescido 7,3%, as vendas de novos recuaram 15,23%. O motivo seria a falta de produtos para entrega.
Em resposta ao Estradão, o vice-presidente da Anfavea, Marcos Saltini, minimizou o impacto da redução da oferta. De acordo com ele, a situação não é generalizada, mas pode estar havendo falta de modelos específicos. Ele diz ainda que as fabricantes estão focadas em manter os cuidados para preservar a saúde dos colaboradores. E que o setor vem acompanhando o mercado de perto para entender como será daqui para frente.
Do Estradão