Venda de caminhões aponta crescimento econômico
Expansão de 6,9% no semestre, lançamento de dois novos modelos pela Ford e ajuste de produção na Scania, ambas em São Bernardo, mostram reaquecimento do setor.
Setor de caminhões cresce 6,9% no primeiro semestre de 2012
“O desempenho na produção e venda de caminhões no primeiro semestre deste ano, no Brasil e no ABC, com o lançamento de dois novos modelos pela Ford e o ajuste de produção na Scania, ambas em São Bernardo, apontam para um reaquecimento do mercado”.
A opinião é do presidente do Sindicato, Rafael Marques, ao analisar o cenário do setor que apresentou nos últimos seis meses crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período no ano passado. Os dados são da Fenabrave, representante dos vendedores de veículos.
Segundo o dirigente, a projeção da Fenabrave de vendas de 150 mil unidades de caminhões em 2013, cerca de 10% acima do ano passado, é a prova de que o mercado está reagindo e se recuperando do baque sofrido em 2012 com a crise econômica mundial e a mudança na lei de emissão de poluentes.
“A economia brasileira é transportada, principalmente, por meio terrestre, ou seja, por caminhões nas rodovias do País”, lem¬brou Rafael.
“E dois fatores tornaram os veículos pesados ainda mais necessários neste ano”, prosseguiu.
Em primeiro lugar, a produção foi puxada pelo transporte de materiais para obras de infraestrutura. Outro motivo foi a safra recorde de grãos.
“A grande produção tornou os preços dos alimentos mais baratos e permitiu sua competição no mercado externo”, explicou o dirigente.
“Assim eles precisam ser transportados até os portos para em¬barcarem ao exterior, o que aumenta a demanda por caminhões”, disse.
Emprego
Rafael lembrou que as ações do Sindicato para neutralizar o período de queda na produção e vendas de caminhões, que começou no final de 2011 e seguiu durante todo o ano passado, foram fundamentais para garantir empregos no ABC, mas não estão limitadas aos períodos de crise.
Compromisso
“O Sindicato tem essa política de buscar sempre mais recursos e investimentos que garantam os postos de trabalho e mantenham a região responsável pela produção de 55% dos caminhões fabricados no Brasil”, afirmou.
“Temos um compromisso com a nossa base que trabalha nas fabricantes de caminhões como a Ford, a Mercedes e a Scania, e esse compromisso reflete nas demais empresas que estão na cadeia do setor, beneficiando toda a categoria”, completou o presidente do Sindicato.
“Incentivo deve estar ligado à renovação da frota”, diz Rafael
Entre as ações do Sindicato para estimular o setor de caminhões está a luta pela adoção de um programa nacional de renovação da frota.
“Os incentivos para dinamizar o setor devem estar atrelados a renovação da frota”, defende o presidente do Sindicato, Rafael Marques.
O debate sobre o assunto começou em 1996, quando foi encomendado o primeiro estudo sobre o setor para a Subseção do Dieese no Sindicato.
Desde então, os relatórios são atualizados para comprovar a necessidade de uma política que estimule a modernização do segmento.
Produção
A frota de caminhões no Brasil soma 1,7 milhão de unidades, sendo 53,2% de empresas e 46% de autônomos, segundo levantamento da Agencia Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT, feito em maio de 2012.
Os metalúrgicos do ABC representam 80% dos trabalhadores do segmento no País e a região participa com 55% do total da produção nacional de caminhões e com 61% de suas exportações.
Da Redação