Venda de peças remanufaturadas já é negócio bilionário para o setor de caminhões e ônibus

Recuperação de componentes com certificação do fabricante ajuda na economia de certas matérias-primas em até 85% e garante preços até 40% mais baratos

A remanufatura de peças virou um importante negócio para as fabricantes de caminhões e ônibus e vem crescendo no mercado brasileiro, onde movimenta atualmente mais de R$ 1 bilhão por ano. A perspectiva, no entanto, é que esse mercado possa dobrar este valor. A recuperação de componentes e a revenda com certificação do fabricante, garantia de até dois anos e preços de 30% a 40% mais em conta que os novos também têm tido importante papel na adoção da economia circular no segmento automotivo.

Embora começou a chegar aos automóveis agora, com o anúncio feito na última terça-feira, 11, pelo grupo Stellantis, dono da Fiat, nos veículos pesados a reutilização de motores, bloco de motor, câmbio, compressor e centenas de outros itens ocorre há mais de 20 anos. A economia ocorre de vários lados.

A Volvo tem uma linha específica em sua fábrica em Curitiba (PR), chamada de Reman, que recebe cerca de 250 peças por dia de caminhões, ônibus e equipamentos de construção. A empresa criada há mais de duas décadas remanufatura aproximadamente 700 itens em parceria com seus fornecedores. Criada há 15 anos, a Renov, fábrica de remanufatura da Mercedes-Benz em Campinas (SP), já reaproveitou mais de 29 mil toneladas de material de peças usadas como blocos, cabeçotes, eixos e turbos.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) lançou sua linha de remanufaturados, a Volks Greenline, em 2006, começando com embreagens. O serviço é feito na fábrica de Resende (RJ), em parceria com fornecedores. Hoje opera também com motores, transmissões, cabeçotes de motor, injetores de combustível e turbo compressores, entre outros itens, que têm garantia de um ano. Não são só as montadoras que trabalham com remanufatura própria. A Cummins, fabricante de motores e vários outros componentes, foi pioneira nesse processo no País, com início em 1990.

Do Estadão