Venda de veículos elétricos já supera total do ano passado
Apesar do aumento nas vendas, menos de 1% dos deslocamentos sobre rodas são realizados com motores elétricos
A eletromobilidade ganha velocidade no Brasil. O número de veículos eletrificados vendidos pelas montadoras nos sete primeiros meses de 2024 já supera todas as vendas registradas no ano passado inteiro. Mesmo assim, o total de eletrificados em circulação no país – cerca de 315 mil – ainda é irrisório se comparado ao total da frota nacional de veículos leves: 44,6 milhões. Menos de 1% dos deslocamentos sobre rodas são realizados com motores elétricos. Ou seja, há espaço para crescimento.
De janeiro a julho foram emplacados 94.616 veículos leves com motor elétrico, ultrapassando os 93.927 emplacamentos de 2023. Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e se referem tanto a híbridos como 100% elétricos. Ônibus e caminhões não entram nessa conta. Apenas em julho, o melhor mês em vendas deste ano, foram comercializados 15.312 eletrificados. Caso o mercado permaneça aquecido, a ABVE prevê que serão vendidos 150 mil veículos eletrificados no acumulado do ano.
“O consumidor está cada vez mais familiarizado com as novas tecnologias e mais consciente dos benefícios ambientais e vantagens econômicas proporcionadas por estes veículos”, diz o presidente da ABVE, Ricardo Bastos. Ele lembra que, há menos de dez anos, eram comercializadas menos de mil unidades eletrificadas por ano no país. “O salto nesse período foi gigantesco”, afirma. Alguns fatores contribuíram para o crescimento das vendas. Um deles foi a diversidade de modelos e versões oferecidas, inclusive compactos, com reflexo nos preços.
Apesar da tecnologia embarcada nos eletrificados ainda ser quase totalmente importada, algumas montadoras já trabalham para a produção de modelos nacionais em larga escala, nos próximos anos. Os desafios, porém, são proporcionais às oportunidades do mercado. A recarga das baterias é um deles. Atualmente existem cerca de 8,8 mil eletropostos públicos no país, a maior parte deles concentrada nas regiões Sul e Sudeste.
Do Valor Econômico