Venda direta mostra mercado automotivo irreal

Ainda que o mercado automotivo tenha tido um saldo positivo em março de 2023, a realidade mostra outra coisa e ela é negativa como um todo, visto que movimentos em busca de um carro popular verde não são por acaso. A coisa toda gira em torno da popular e tão enaltecida venda direta, que em março, representou 48,85% das vendas. Mas, o que é venda direta?

A Fenabrave diz textualmente: “Se o CNPJ do emissor de [Nota Fiscal] for de um fabricante de veículos, esta será uma Venda Direta. Já as demais, serão consideradas Vendas a Varejo”. De vendas corporativas para frotistas ou locadoras até o produtor rural, taxista ou PCD, por exemplo, se beneficiam amplamente da Venda Direta, mas de volta ao assunto, essa modalidade cria uma visão irreal do mercado automotivo.

Ainda que as vendas nessa modalidade sejam importantes, as vendas no varejo são ainda mais, já que são os clientes comuns, a Pessoa Física, que vai até a loja ou compra online para seu uso próprio, com ou sem fins comerciais. Março só foi positivo, um alento na situação atual do mercado, porque as locadoras voltaram a comprar com vontade e as vendas representaram 28% do total, enquanto as demais vendas diretas foram para os demais clientes contemplados por esse tipo de negócio.

Com a Venda Direta virando uma protagonista do mercado, infelizmente perdem todos. A “foto” mostra que o consumidor comum perdeu poder de compra, sendo isso mais evidente com os pátios cheios, obrigando a redução do ritmo fabril para “ajuste da produção à demanda”. Outro fator que é bem perceptível são os grandes descontos em campanhas promocionais exibidas na mídia e na imprensa. Em mercado com vendas em baixa, essas campanhas surgem da noite para o dia.

Do Notícias Automotivas