Vendas de caminhões reagem em março
Brasil tem um dos maiores mercados mundiais de caminhões. A queda anotada nos dois primeiros meses ocorreu sobre 2008, o melhor ano de todos os tempos
Fabricantes de caminhões pesados nunca comercializaram tanto como em março. Scania e Volvo vão fechar o mês com vendas recordes, em torno de 1 mil caminhões cada. É mais do que negociaram na soma do primeiro bimestre
Os generosos negócios em tempos de crise foram alavancados por, pelo menos, quatro fatores de ocasião: provável fim da isenção do IPI, que vigora oficialmente até o último dia de março; chegada da safra agrícola, que naturalmente puxa as vendas de caminhões; redução de preços dos veículos novos e antecipação de compras. O bom ritmo de transações de caminhões novos em março não garante continuidade em abril e meses subsequentes.
“Está muito mais fácil comprar do que em 2008. Por conta disso, negociamos a aquisição de 120 caminhões no valor de R$ 30 milhões. Pagamos um spread maior, mas um preço mais baixo por conta da menor pressão de demanda. Vamos receber estes caminhões até junho”, diz Cláudio Adamucho, presidente do G10, grupo que reúne 600 caminhões com sede em Londrina, no Paraná.
“O mercado não está fácil, os custos, sobretudo com diesel estão altos, mas é preciso pensar a médio e longo prazos. Aproveitamos que está mais fácil comprar e negociamos a aquisição de 100 unidades para a renovação”, afirma Dagnor Schneider, presidente da Coopercarga, cooperativa que reúne uma centena de transportadores com sede em Concórdia, em Santa Catarina.
O Brasil tem um dos maiores mercados mundiais de caminhões. A queda anotada nos dois primeiros meses, de 20% nas vendas, ocorre sobre 2008, o melhor ano de todos os tempos.
Se o mercado interno reage, as exportações estão emperradas com a crise mundial. A Scania, por exemplo, dificilmente conseguirá a proeza de colocar 60% dos veículos montados em São Bernardo do Campo (SP) no mercado externo. “Quando há um desaquecimento nos mercados de países desenvolvidos, antes atendidos pelo Brasil, até por racionalização logística, eles passam a ser supridos pelas fábricas da empresa na Suécia, Holanda e França”, diz um analista do setor.
Da Gazeta Mercantil