Vendas de caminhões reagem em setembro
A produção, no mês passado, cresceu 21,2% e as vendas ficaram 18,2% maiores frente a agosto. O estímulo veio de duas linhas, criadas em julho e que têm condições especiais válidas até dezembro deste ano
Segmento que ainda derrapava nas vendas no primeiro semestre, a área de caminhões começa a mostrar reação, como reflexo das novas linhas de financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em setembro, a produção cresceu 21,2% e as vendas ficaram 18,2% maiores frente a agosto.
No entanto, os números das fabricantes, nessa categoria de veículos, ainda estão bem abaixo dos observados no ano passado. O total produzido no mês (11.531 unidades) é 31,2% inferior ao do mesmo de 2008 e o volume comercializado no mercado interno (9.893) é 14% menor.
O estímulo veio de duas linhas, criadas em julho e que têm condições especiais válidas até dezembro deste ano: o Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), que oferece taxa de 7% ao ano para a compra de caminhões, carretas, reboques e outros implementos; e o Procaminhoneiro (voltado para transportadores autônomos), que estabelece juros fixos de 4,5% ao ano.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, afirma que essas condições de financiamento ajudaram a tirar o segmento de transporte de carga da crise, mas a associação não conversou com o governo federal sobre a possibilidade de estender a duração desses programas por mais tempo.
ÔNIBUS – Enquanto há retomada nos caminhões, o segmento de ônibus continua em retração.
Em setembro, essa categoria de veículos seguiu com vendas no mercado interno em baixa (de 5,4%) frente a agosto. No primeiros nove meses do ano, há retração de 18,4%.
Houve apenas ligeira reação nas encomendas ao Exterior. No mês, o total exportado cresceu 4,3%. Ainda é pouco, já que, no acumulado do ano, os números estão 41,8% inferiores frente aos de igual período de 2008.
EXPORTAÇÕES – Se no mercado interno, as fabricantes comemoraram resultado recorde em setembro, as vendas ao mercado internacional seguem sendo um entrave para a atividade. Exportações totais do segmento (incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) voltaram a cair (6%) no mês passado e, neste ano, já acumulam, até agora, retração, de 42,8%.
Schneider cita que o efeito cambial – a queda do dólar frente ao real nos últimos meses – pode atrapalhar a competitividade das montadoras nos negócios ao Exterior, mas, por enquanto, o que tem dificultado é o encolhimento de tradicionais mercados lá fora.
Do Diário do Grande ABC