Vendas de veículos até novembro superam 2008, diz presidente da GM
Indústria tem melhor resultado da história em emplacamentos. Ano de 2008 fechou com 2,82 milhões de unidades emplacadas.
As vendas de veículos no Brasil já superaram em 8 mil unidades o resultado de todo o ano de 2008. A afirmação é do presidente da General Motors do Brasil, Jaime Ardila, com a constatação de que o volume de veículos emplacados até o último sábado (28) passaram a marca de 2,82 milhões de unidades, somadas entre janeiro e dezembro do ano passado. Com o melhor mês de novembro e o novo recorde anual de vendas, a previsão de Ardila é que a indústria automobilística feche 2009 com resultado superior a 3,1 milhões de unidades.
Segundo Ardila, entre 300 mil e 400 mil unidades correspondem ao volume conquistado pelo benefício oferecido pelo governo de redução da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Para o presidente da GM do Brasil, a iniciativa do governo em estender a redução do imposto até março de 2010 foi positiva. “É uma medida inteligente porque dá ao mercado uma pausa para respirar”, diz.
Há um ano a indústria automobilística nacional fechava com preocupação o balanço de vendas do mês de novembro, impactado pela crise financeira global. As vendas só foram se recuperar a partir de janeiro de 2009, quando começou a surtir o efeito do desconto do IPI no mercado. A medida foi tomada na segunda quinzena de dezembro de 2008, após dois meses seguidos de fortes quedas nas vendas.
O novo recorde é comemorado pela indústria automobilística com investimentos para ampliação de produção e desenvolvimento de novos produtos. A General Motors investirá R$ 5 bilhões até 2012, já a Ford injetará R$ 4 bilhões no país até 2015. O maior investimento será da Volkswagen, de R$ 6,2 bilhões até 2014, o que inclui o patrocínio da Seleção Brasileira de Futebol.
Novo recorde em 2010
As montadoras acreditam que o mercado brasileiro de veículos cresça entre 3% e 6% em 2010, o que é considerado um aumento significativo, ao levar em conta o novo patamar de vendas que será atingido em 2009. De acordo com Ardila, o melhor período está previsto para o segundo semestre. “Apesar de acreditar que os juros fiquem mais altos no ano que vem, para o controle da inflação, a economia estabilizou agora e o reflexo da retomada do emprego será sentida mais para frente”, analisa.
Dubai
Apesar de considerar cedo para avaliar um possível impacto do anúncio de moratória feito na última quarta-feira (25) em Dubai sobre a economia brasileira, Jaime Ardila não esconde a preocupação. “Bancos importantes foram afetados, especialmente europeus, e isso é preocupante. Ninguém sabe o que vai acontecer, mas acredito que o Brasil está muito bem, preparado para enfrentar uma nova turbulência”, diz Ardila.
O pedido da empresa de investimentos estatal de Dubai, a Dubai World, aos seus credores de um prazo de seis meses para pagar as dívidas relacionadas ao rápido desenvolvimento do emirado é o reflexo de problemas com grandes dívidas e efeitos da crise financeira, que representam prejuízo para credores, acionistas do mercado financeiro e até celebridades que investiram e ajudaram a vender o nome do emirado pelo mundo. Este pode se tornar o maior calote de um país desde o da Argentina em 2001.
Dubai é um dos sete emirados semiautônomos que formam os Emirados Árabes Unidos.
Do G1