“Vendemos nossa mão de obra em troca do salário e essa relação é contratual”

Em semana intensa de mobilização, Sindicato realizou ontem assembleias na Otis, em São Bernardo; na Isringhausen e YOFC Poliron, em Diadema, pela Campanha Salarial

Foto: Adonis Guerra

“Todo ano tem Campanha Salarial. Às vezes, conseguimos fazer acordos mais longos, outras não é possível, mas a mobilização é certa porque entendemos que na relação capital-trabalho é importante existirem acordos para as cláusulas sociais e benefícios a que temos direito. Vendemos nossa mão de obra em troca do salário e essa relação é contratual”, declarou o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, em assembleia de mobilização pela Campanha Salarial na manhã de ontem na OTIS, em São Bernardo.

Foto: Adonis Guerra

“Nós queremos que a Otis venda elevadores, aumente a produção e ganhe muito dinheiro porque, desta forma, vai gerar empregos”, disse Moisés. “Queremos ainda a renovação das cláusulas sociais, o INPC, que é o índice da inflação, seguido de aumento real. Não adianta receber o Sindicato, tratar bem com cafezinho e, na hora da negociação, fazer o que fez no ano passado. Claro que cruzamos os braços e decidimos paralisar as atividades porque não chegamos em um consenso, isso é ruim para os trabalhadores e para a empresa também”.

Foto: Adonis Guerra

Segundo o CSE na fábrica, Rafael Conti Gomes, na Otis existem duas oportunidades de melhoria salarial. “Uma é a Campanha Salarial e a outra é a progressão de carreira, que a gente bem sabe que não existe”, contou o dirigente. “Esse ano, a FEM-CUT/SP [Federação Estadual dos Metalúrgicos] tirou como estratégia antecipar o processo de negociação para garantir um bom resultado no acordo quanto antes, até a data-base da categoria em setembro, e nós seguimos com total apoio. A nossa luta não para”.

Isringhausen e YOFC

Foto: Adonis Guerra

No mesmo instante que trabalhadores e trabalhadoras na Otis aprovavam disposição de luta, a companheirada da Isringhausen e YOFC Poliron, em Diadema, também manifestava apoio às rodadas de negociações da FEM-CUT/SP com as bancadas patronais.

“Os trabalhadores que produzem a riqueza dessas empresas durante o ano inteiro tem perda no seu salário por conta da inflação e é preciso repor. Precisam do aumento real de salário já que trabalham tanto, se comprometem e cumprem seu dever”, destacou o secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira.

Foto: Adonis Guerra

Para o CSE na Isringhausen, Josivan Nunes do Vale, o Cachoeira, é hora de fortalecer cada vez mais a base. “A luta vai continuar. A cada dia que passa, o patronal quer acabar com a classe trabalhadora e começa pela nossa convenção coletiva até chegar nos nossos salários. Isso nós não vamos permitir”.

Luta coletiva

“Nossa luta é também em solidariedade aos trabalhadores nas empresas com menor grau de mobilização, que não tem as mesmas condições de luta que a gente tem. Muitas vezes com dez, 15 pessoas trabalhando junto ao dono da fábrica”, explicou o coordenador de área, João Paulo Oliveira dos Santos

Foto: Adonis Guerra

O CSE na YOFC Poliron, Rogério Pereira da Silva, também chamou atenção para a luta coletiva. “O patrão coloca a política de salário que ele quer. Você dá o seu melhor, mas o aumento nunca vem. Por isso, toda vez que o Sindicato chamar, todos devem atender. Este ano precisamos da convenção assinada, da reposição da inflação e aumento real, além dos demais eixos de luta da pauta da Campanha Salarial”