Vicentinho rebate acusação de suposto envolvimento no mensalão
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Sobre a matéria divulgada nesta semana pela Revista Época, cuja manchete é “Mensalão”, em que cita o meu nome, esclareço que:
Em 2003 procurei o meu Partido, na pessoa do Delúbio Soares, então tesoureiro do PT Nacional, para pedir apoio à minha candidatura à Prefeito de São Bernardo do Campo. Em 2004, portanto antes da crise chamada Mensalão, o Delúbio nos mandou uma agência de propaganda para fazer a minha campanha, a mesma que também atuou na campanha do companheiro Emídio de Souza, em Osasco. Este fato é de conhecimento público desde aquela época.
Eu aceitei e agradeci com muita alegria a presença da agência e por essa importante colaboração do Partido dos Trabalhadores. Depois soube que a empresa pertencia ao Sr. Marcos Valério. Jamais imaginei que tudo isso poderia acontecer. Pois, se soubesse, nunca teria aceitado.
Hoje sou surpreendido com esta matéria, sete anos depois. Matéria esta divulgando que a Polícia Federal constatou que um senhor Nélio José Batista recebeu desta agência o valor de R$ 17.000,00, alegando ter trabalhado para a mesma em favor da minha campanha a prefeito. Logo, não fui eu quem recebeu ou pagou.
Ao consultar os membros da coordenação daquela campanha na época, constato que, não somente eu, mas nenhum deles, conheceu este senhor Nélio. Logo, nunca tivemos qualquer tipo de transação com esse cidadão. Ele nunca foi nosso assessor. Nunca trabalhou conosco. A não ser que ele tenha sido uma espécie de “eminência parda” da agência e que nunca se mostrou.
Considero um erro grave a Polícia Federal ter ouvido este Sr. Nélio e em nenhum momento, durante sete anos, ter procurado a mim ou à minha assessoria para nos ouvir, pondo em risco a nossa história de vida de forma irresponsável.
Lamento a postura de parte da mídia deste país. Me vem à memória outro episódio: daquela vez a grande mídia, ao denunciar que um senhor Jair dos Santos retirou dinheiro no Banco Rural, em Brasília, disse que ele era meu assessor. Simplesmente pelo fato de eu ter, na época, um trabalhador rural com o mesmo nome, da cidade de Motuca, interior de São Paulo. Entretanto tratava-se do motorista do ex-presidente do PTB, o recém falecido deputado José Carlos Martinez. Embora parte da mídia tenha divulgado a informação de que não se tratava de um assessor meu, fez isso com menos ênfase, em espaço de tempo inferior ao dedicado à denúncia e também sem dizer de quem era o verdadeiro assessor, causando enormes prejuízos à minha imagem, sem qualquer pedido de desculpas.
Desta vez o jornalista da Revista Época coloca na matéria apenas uma pequena parte do que eu disse. Como todos sabem da minha luta e do meu compromisso ético, luta esta construída durante toda a minha vida, eu não posso aceitar que esta matéria e comportamentos eivados de erros ponham em dúvida a minha trajetória. Informo ainda que as minhas contas da campanha de 2004 foram aprovadas cabalmente pela justiça eleitoral.
Coloco-me inteiramente à disposição de qualquer instituição para a oportunidade dos esclarecimentos, se necessário for.
Reafirmo aqui o meu compromisso com a luta pelos direitos dos trabalhadores, pela dignidade humana, contra todo o tipo de discriminação e pela ética na política.
Manifesto, enfim, toda confiança no projeto histórico desenvolvido pelo meu Partido dos Trabalhadores e a inabalável fé naquele que foi o melhor presidente da república deste País, o Companheiro Lula.
VICENTINHO – DEPUTADO FEDERAL PT/SP