Vigília permanente pela democracia
Dia 11 de agosto, quinta-feira da próxima semana, nosso país viverá mais um momento histórico em sua luta incansável pela democracia.
Os metalúrgicos do ABC se erguem novamente em posição de combate. Decidimos somar forças com a ampla mobilização que prepara um grito de BASTA.
Nenhuma arruaça, baderna ou promessa de golpe poderão impedir a derrota que o povo brasileiro vai impor, nas urnas de outubro, a esse tirano que nada mais faz além de semear o ódio, pregar a violência e confessar que não atribui qualquer valor à vida humana.
Juristas, artistas, profissionais de várias categorias, estudantes, religiosos e segmentos empresariais se dão as mãos, acima de suas legítimas disputas, para construir uma ponte que devolva o Brasil aos trilhos da prolongada construção democrática, interrompida pelas armações que geraram o golpe de 2016 e a infâmia da prisão de Lula, nosso líder maior.
A classe trabalhadora brasileira já se uniu a essa manifestação, pela voz autorizada das maiores centrais sindicais. Os movimentos populares de luta pela terra e por moradia, a juventude, intelectuais, cientistas, as organizações das mulheres e todas as pessoas que lutam pela igualdade racial convergem no mesmo apoio.
Nossa categoria estará lá, com a mesma energia das jornadas históricas das greves e assembleias da Vila Euclides. Foi aquele nosso grito de rebelião, desde 1979, que elevou a resistência à ditadura a um novo patamar, abrindo avenidas para que multidões de brasileiros e brasileiras invadissem a cena política para encurralar os ditadores daquela época.
A democracia é um bem precioso para os trabalhadores, como já colhemos como lição em séculos de resistência defendendo nossa dignidade contra todos os desmandos patronais. Toda vez que se instala uma ditadura, os trabalhadores são reprimidos como alvo prioritário. Seus sindicatos são proibidos, amordaçados ou asfixiados.
Em muitos lugares do mundo, a reconquista da democracia exigirá lutas de longo prazo, duras e até dramáticas. No Brasil é diferente. O resgate está ao alcance de nossas mãos. A esperança renasceu, os golpistas perderam força, os fascistas se acovardam e Bolsonaro promete um golpe que não pode ter qualquer chance ou futuro.
De hoje até o dia das eleições e até a posse do novo presidente da República, os metalúrgicos do ABC se colocam em vigília permanente, como pede o manifesto a ser lido em 11 de agosto.
Vigília significa estar acordado, em alerta, de pé. Sentindo pulsar em nossas veias o espírito de Marielle Franco, de Bruno Pereira e Dom Phillips, de Marcelo Arruda e de todas as mulheres e homens que deram sua própria vida na luta por um mundo mais justo.
Chegou a hora de mostrar novamente o mesmo espírito de luta que levou os metalúrgicos e as metalúrgicas do ABC a serem reconhecidos como símbolo tenaz das batalhas que reconquistaram a democracia em nosso país.
A mesma missão voltou a se impor. Não nos permitiremos nenhum descanso até o dia em que estejamos livres da violência, das mentiras, dos assassinatos e das ameaças que se espalham pelo Brasil para que o povo possa escolher livremente o seu presidente.
A virada está muito próxima.
Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC