Violência contra a mulher é tema de debate hoje na Sede. Participe!

Sindicato recebe hoje, às 18h, a secretária de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, Denise Motta Dau, do Ministério das Mulheres do governo federal

A Comissão das Mulheres Metalúrgicas do ABC realiza hoje, às 18h, na Sede, a abertura das atividades de mobilização e conscientização ao mês da mulher na base. Neste primeiro debate, a categoria recebe a secretária de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, Denise Motta Dau, do Ministério da Mulher, do governo federal.

Dados da pesquisa ‘Visível e Invisível – A vitimização de mulheres no Brasil’, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Datafolha, divulgada ontem no país, apontam que todos os indicadores de violência contra a mulher subiram em 2022 em relação ao ano anterior.

“São 18,6 milhões de mulheres que sofreram algum tipo de violência física ou verbal como ofensas, perseguição, chutes e socos, espancamentos e tentativas de estrangulamento, além de ameaça com faca ou arma de fogo. Ou seja, 35 mulheres atacadas por minuto”, afirmou a coordenadora do coletivo no Sindicato, Maria do Amparo Ramos.

Do total, a pesquisa mostrou que 65,6% dessas mulheres são negras e 57,4% tinham filhos e as mais agredidas estão entre idade de 16 a 24 anos (30,3%). Ao todo, 50.962 mulheres sofreram violência diária nos últimos 12 meses, o equivalente a um estádio lotado.

Causas

Embora seja difícil apontar uma única causa, segundo a pesquisa, muitos fatores podem ser destacados para o agravamento do cenário. O primeiro foi pelo fim das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher por parte do governo Bolsonaro nos últimos quatro anos.

Foto: Adonis Guerra

“Seguido pela pandemia de Covid-19, que comprometeu o funcionamento de serviços de acolhimento às mulheres e a ação política de movimentos ultraconservadores que se intensificaram na última década e elegeram, dentre outros temas, a igualdade de gênero como um tema a ser combatido, como visto nas eleições de 2022”, explicou Amparo. Dentre os destaques da pesquisa, pela primeira vez, o ex-parceiro aparece como principal agressor.

Trinta milhões de mulheres ainda afirmaram que sofreram assédio com cantadas e comentários desrespeitosos na rua, no trabalho, em transportes públicos e de maneira agressiva em festas. “Nosso Sindicato combate e rechaça qualquer tipo de violência e assédio, não só na base, no chão de fábrica, mas em toda a sociedade. Trabalhadoras, denunciem, procurem ajuda”, alertou.

Confira dados da pesquisa abaixo. A versão completa pode ser acessada em forumseguranca.org.br.

Reconstrução

Com a retomada do governo democrático em 2023, a volta do Ministério das Mulheres trouxe à frente a ministra Cida Gonçalves que, ao assumir a pasta em janeiro passado, destacou que fará uma gestão para todas e que o Ministério vai trabalhar arduamente na reconstrução de um país com a cara e o jeito das mulheres, além de garantir o fortalecimento e a recuperação do Ligue 180, serviço de utilidade pública para o enfrentamento da violência contra a mulher.