Violência em São Paulo é a mais alta nos últimos três anos

“Os trabalhadores são as maiores vítimas da violência”, diz Barba

Pesquisa divulgada em maio pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo mostrou que foram registrados 1.552 homicídios dolosos – onde existe a intenção de matar – só nos meses de janeiro a abril de 2013 no Estado.

“São os números mais altos dos últimos três anos”, afirmou o diretor de Administração do Sindicato, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba.

“Este descontrole crescente da criminalidade no Estado assusta”, prosseguiu.

“Principalmente se lembrarmos que os trabalhadores são as maiores vítimas da violência, pois em sua maioria moram na periferia onde a maior parte dos crimes acontece”, alertou o dirigente.

Ele lembrou que as mais de 1.500 mortes representam um aumento de 6,5% ante o mesmo período de 2012 e de 13,8% com relação a 2011.

“Em média, 13 pessoas foram assas¬sinadas por dia em São Paulo”, denunciou.

Politizar

Barba questionou a declaração do secretário de Segurança de São Paulo, Fernando Grella Vieira, para quem há uma tendência de queda nos homicídios dolosos, pois em abril eles caíram 4,22% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Será que esta diminuição minúscula é suficiente para comemorar? Quem realmente puxa o gatilho que tira a vida de tantas pessoas?”, perguntou.

Para reforçar seu argumento, o dirigente citou o próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que criticou o governador Geraldo Alckmin por culpar o governo federal pela crise de violência em São Paulo. Segundo Cardoso, Alckmin tenta politizar a questão da segurança pública, desvirtuando seus efeitos.

Mídia

O diretor Administrativo ressaltou também o papel manipulador dos meios de comunicação ao tratar do assunto.

“As televisões não dão aos crimes cometidos na periferia a mesma ênfase dos cometidos nas regiões centrais, nem os assassinatos de trabalhadores recebem o mesmo tratamento de algum figurão”, criticou. Barba defendeu que os meios de comunicação mostrem claramente que a falta de investimentos do governo do Estado – responsável pela área – é a maior causa da falta de segurança em São Paulo.

“Eventualmente são comprados novas viaturas e aumenta o número de prisões, o que só faz crescer a população carcerária, mas não reduz a violência nem a sensação de insegurança que acomete a população”, finalizou Barba.

Da Redação