Violência: Mães lutam para filhos não serem réus

O movimento dos familiares das vítimas de chacina ocorrida
na Baixada Fluminense em 31 de março de 2005 está
procurando combater a concepção de que
são réus os jovens pobres mortos pela
polícia e grupos de extermínio.

A indignação popular gerada pela chacina que
vitimou 29 pessoas está relacionada a essa
concepção, explica o sociólogo
José Cláudio Souza Alves. “Foi uma
chacina fora dos padrões, porque matou pessoas vistas como
inocentes. Isso trouxe uma comoção social muito
grande”, diz ele. “Por outro lado, isso
também mostra como ainda persiste na região o
mito de que bandido bom é bandido morto”,
prossegue.

Pesquisador há 13 anos dos temas relacionados
à  violência no Rio, ele lembra que essa
lógica ajuda a ocultar o fato de que os mortos pela
violência da polícia e dos grupos de
extermínio são, em geral, jovens pobres,
marginalizados. “São as vítimas
perfeitas, porque são enxergadas como
réus”, conclui Alves.