Violência urbana

O trágico episódio da morte do Prefeito de Santo André, Celso Daniel, gerou revolta, tristeza e desesperança na população. Intensifica-se na sociedade a discussão das causas da violência urbana, suas soluções e seu crescimento recente.

Poucos problemas sociais mobilizam tanto a opinião pública como a criminalidade e a violência. Isto acontece porque este problema afeta toda a população, independente de classe, raça, credo religioso, sexo ou estado civil.

No plano econômico, a violência se reflete nas cifras extraordinárias dos custos da violência. Os dados existentes, apesar de todos eles precários, apontam para os elevados montantes de recursos envolvidos. Uma pesquisa realizada pelo BID, no início dos anos 90, chegou a estimar em US$ 84 bilhões, ou cerca de 10% do PIB. A violência custa caro, tanto para o país como para o indivíduo. “Segurança” é um bem desejado por todos, embora seja cada vez mais escasso. Para garantir este bem, são executados todos os dias dezenas de atos de precaução e adquiridos outros tantos bens no mercado: seguros de veículos, residências etc.; cães de guarda; quinquilharias eletrônicas; travas; grades e cadeados de todo o tamanho e função.

A sociedade em geral gasta e perde muito com a violência. Perde em qualidade de vida (estresse, medo). Perde com as mudanças de estilo de vida quando habitantes da cidade saem menos de casa, consomem menos em bares, cinemas, restaurantes, etc. Perde quando alunos deixam de freqüentar cursos noturnos. Perde quando em função da violência todos têm que reorganizar suas vidas e negócios.

Porém a maior e mais difícil perda é aquela representada pela morte prematura e pelas incapacitações permanentes de pessoas queridas e cidadãos brasileiros. Estes são valores difíceis de se estimar: o valor da vida das vítimas da violência e suas famílias; da dor e do sofrimento humano que a violência representa.