“Vitória de Dilma afasta reformas contra os trabalhadores”, diz Rafael

Ao analisar ontem os resultados das elei­ções presidenciais realizadas no último domingo, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, comemorou muito e dividiu com a categoria a reeleição de Dilma Rousseff.

“Ao reeleger a presidenta, a população brasi­leira afastou do ambiente político a agenda de reformas contra os trabalhadores que já estava pronta para ser implantada se o outro candidato vencesse”, destacou Rafael.

Ele entende que a intensa disputa entre os dois projetos – o apoiado pelo Sindicato e o defendido pelas elites – que ocorreu no segundo turno foi benéfica para os trabalhadores.

“A mobilização ajudou a despertar mais uma vez a consciência de classe da companheirada e a fazer com que todos participassem de maneira vigorosa na campanha”, festejou.

Sobre a agenda, o dirigente lembrou que foi preparada por parte dos empresários do setor pro­dutivo e parte dos investidores do setor financeiro e pretendia fazer com que o Brasil enfrentasse a crise econômica que ainda assola o planeta da mesma forma que fazem os países mais ricos do mundo.

“É só olhar o que aconteceu nos Estados Uni­dos, na França, na Inglaterra, na Espanha, na Gré­cia e em várias outras Nações para ver o que este pessoal pretendia fazer aqui”, denunciou Rafael.

Apesar da resistência oferecida pelos trabalha­dores na maioria destes lugares, os governos se uniram aos segmentos mais conservadores dos setores produtivos e financeiros para retirar direitos dos trabalhadores.

“Depois disso, em grande parte da Europa e dos EUA prejudicaram o acesso dos trabalha­dores à Previdência por meio do aumento da idade, das exigências para as aposentadorias e achatamento dos benefícios; arrocharam os salários; incentivaram desemprego; enfim conquistas alcançadas após décadas de lutas”, disse Rafael.

“É isso que os derrotados domingo preten­diam fazer no Brasil”, concluiu.

 

Reeleição de Dilma unifica o Brasil

“Não acredito, sinceramente, do fundo do meu coração, que essas eleições tenham dividido o País ao meio”.

A afirmação da presidenta reeleita, Dilma Rousseff, é compro­vada no mapa eleitoral brasileiro, ao contrário do que foi divulgado pela imprensa.

O mapa do 2.º turno presidencial revela que Dilma venceu em 65% das cidades do País com até 50 mil eleitores.

No total, a presidenta reeleita ganhou em 3.527 municípios (63%) e perdeu em 2.043 (27%).

“Em lugar de ampliar divergências, de criar um fosso, tenho forte esperança de que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para a construção de pontes”, afirmou durante o discurso após eleita.

“O calor liberado no fragor da disputa pode e deve agora ser transformado em energia construtiva de um novo momento no Brasil”, completou Dilma.

Como é feita a representação por Estado pode parecer que o País está dividido, porém, essa representação tradicional do voto leva a leituras equivocadas da realidade.

Quando a cor do vitorioso toma toda a área do município ou Estado, oculta o desempenho do perdedor. (Confira no mapa abaixo)

No 1.º turno, por exemplo, a vitória de Aécio em São Paulo tingiu o Estado de azul. Mas Dilma teve no Estado paulista quase 6 milhões de votos, mais do que em qualquer dos Estados “ver­melhos” do Nordeste.

Outro problema é a desconexão entre a área dos Estados e seu peso eleitoral. O Amazonas, por exemplo, tem 18% do território do País, mas só 1,5% dos eleitores. Já o Rio de Janeiro tem 0,5% da área do País e 8,5% do eleitorado.

Em um mapa, porém, o impacto visual do Amazonas pintado com determinada cor é muito superior ao do Rio, apesar de haver quase seis vezes mais votantes fluminenses que amazonenses.

Da Redação