Vitória na França: Luta derruba a precarização

Os sindicalistas e os estudantes franceses venceram o mercado. Depois de realizarem dois meses de atos gigantescos, passeatas com mais de um milhão de pessoas e duas greves gerais contra o Contrato do Primeiro Emprego (CPE), o governo recuou e revogou a lei.

O CPE era o primeiro passo para a flexibilização dos direitos na França. Ela permitia demissão sem justificativa, sem pagamento de indenização ou dos direitos para trabalhadores em experiência e acabava com a contribuição patronal para a Previdência Social, precarizando o sistema, entre outras medidas neoliberais.

Movimento continua – Os sindicatos e as organizações estudantis ainda se reunirão para decidir sua reação, já que detalhes das mudanças na lei ainda serão divulgados e a nova proposta deve ser apresentada ao Congresso. “Mas já podemos comemorar porque foi uma vitória inegável do movimento social”, declarou o presidente da central sindical socialista FSU.

“Não vamos parar por aqui”, afirmou Chahla Youssef, porta-voz de uma das principais organizações estudantis. Segundo ela, o recuo do governo foi “uma pequena vitória”, mas a lei trabalhista deveria ser revogada por inteiro, e não apenas o CPE.

Adolescentes – “Nós fomos capazes de fazer o governo voltar atrás neste ponto e conseguiremos fazer com que revoguem a lei por inteiro se mantivermos a pressão”, acrescentou Youssef.

Entre os pontos da legislação trabalhista para os quais trabalhadores e estudantes exigem mudanças está uma lei que permite adolescentes ingressarem aos 14 anos em programas de aprendiz.

O movimento social defende a idade de 16 anos para os aprendizes.