Volks: Acordo deve manter direitos
Os trabalhadores na Volks decidiram ontem retomar as
negociações com a montadora. Mas avisam que
qualquer proposta deve manter direitos.
“Vamos lutar até as últimas
consequências” – Assembléia dos
trabalhadores na Volks realizada ontem deu sinal verde ao Sindicato
para negociar com a montadora a construção de um
acordo que mantenha os direitos e os postos de trabalho.
A primeira reunião acontece hoje a partir das 10h30 e deve
se estender até sexta-feira. Caso não haja
acordo, os metalúrgicos vão preparar a luta em
plenária que acontecerá sábado na Sede
do Sindicato a partir das 10h.
“Vamos enfrentar esse desafio pois nossa
tradição é de luta”, avisou
o presidente do Sindicato José Lopez Feijóo.
Para ele, a montadora quer que os trabalhadores paguem por erros
cometidos pelas gestões anteriores, com presidente
megalomaníaco, plantas equivocadas e
programação de alto índice de
exportações.
Feijóo comentou que os trabalhadores querem manter a
fábrica Anchieta aberta, mas não às
custas de demissões e direitos.
“Um acordo deve ser equilibrado e atender às duas
partes. Senão é
imposição”, comentou.
Ele voltou a dizer que o acordo de Taubaté não
serve para o pessoal na Anchieta, e se a Volks insistir nessa proposta
as negociação não duram nem meia hora.
“Precisamos encontrar saídas e isso
será possível se a Volks quiser mesmo construir
um acordo decente”, disse.
Ele avisou que o Sindicato existe para lutar e para defender direitos
dos trabalhadores, convocando todos para a plenária de
sábado, que vai definir formas de luta caso não
haja acordo.
“Vamos fazer tudo o que for necessário. A
fábrica tem de saber que vamos lutar até as
últimas consequências”, concluiu.
Luta contra fechamento é antiga
Desde a década passada o Sindicato vem lutando contra a
lógica da Volks de fechar a fábrica da Anchieta.
O Sindicato iniciou essa ação em 1996, debatendo
com os trabalhadores a necessidade de novos investimentos e
pressionando a direção da montadora para a vinda
de novos produtos.
Em 1998 conseguimos acordo para a vinda do Polo e em 2001 um novo
acordo garantiu o Fox Europa.
Os acordos foram equilibrados, com garantias às duas partes.
A empresa conseguiu a flexibilidade de produção e
os trabalhadores mantiveram os postos de trabalho.
É essa lógica que deve nortear as
negociações para manter a
produção na Anchieta.