Volks: Acordo no processo mais númeroso do Sindicato
Plenária com trabalhadores e ex-trabalhadores na Volks aprovou acordo para o pagamento de processo por insalubridade, pasta 75/90. Com isso, está praticamente finalizado um dos mais numerosos processos em andamento no Departamento Jurídico do Sindicato.
A ação envolve 1.137 companheiros de várias áreas da fábricas. Ela foi aberta em 1990 e a Volks apresentou todos os recursos possíveis, o que levou a ação a se arrastar por 16 anos.
Os companheiros terão seis pagamentos a partir desta quinta-feira e até dezembro próximo. Quem receber uma carta em casa com informações sobre o pagamento e o parcelamento podem considerar a ação acabada.
Pendência – O processo não está completamente finalizado porque do total de envolvidos, 319 trabalhadores têm outras ações contra a fábrica, seja cobrando o mesmo adicional ou outras pendências em processos que correm pelo jurídico do Sindicato ou fora.
Estes casos serão avaliados um a um e os companheiros serão informados ou convocados para obter esclarecimentos.
Quem tem processo em escritório particular deverá procurar o Departamento Jurídico na Sede do Sindicato, às segundas, quartas e sextas-feiras pela manhã, ou terças e quintas à tarde. A data limite para resolver essas pendências é janeiro do ano que vem.
Na ativa – Os companheiros que continuam trabalhando passam a receber o adicional de insalubridade a partir de setembro. O resíduo entre o laudo (junho do ano passado) e este mês serão quitados em janeiro do ano que vem.
Demissões são reafirmadas
A Volks não volta atrás no seu plano de reestruturação e manterá as demissões anunciadas. A confirmação foi dada em audiência pública na Câmara dos Deputados na última quarta-feira.
A montadora foi sozinha para essa audiência. A Câmara dos Deputados não deu aos trabalhadores o mesmo tratamento que deu à fábrica. Anteriormente marcada para junho, a Volks conseguiu que a Câmara transferisse a audiência para a última quarta-feira.
Os sindicatos de metalúrgicos do ABC, Taubaté, Grande Curitiba e São Carlos, a CUT, Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, e as confederações Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) e Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos pediram com antecedência aos deputados o adiamento da audiência porque será amanhã a reunião da direção mundial da montadora. Os desfechos dessa reunião poderão ter implicações sobre a reestruturação no Brasil.
Segundo reportagem do jornal Diário do Grande ABC, executivos da montadora mantiveram a intenção de demitir e levar adiante o plano de reestruturação.
“Se não conseguirmos colocar dinheiro na empresa, não serão três ou seis mil cortes, mas será toda a fábrica”, afirmou aos deputados a diretora de Assuntos Governamentais da Volks, Elizabeth Carvalhaes, ao deixar claro aos deputados que o fechamento de uma das plantas não está descartado.
Ainda conforme o Diário do Grande ABC, o gerente de Relações Trabalhistas Nilton Júnior disse que a Volks não abre mão do retrabalho. “Não vamos abandonar essa questão”, afirmou. Questionado sobre a legalidade do trabalho sem remuneração ou crédito no banco de horas para os responsáveis pelos defeitos nos produtos, ele foi enfático: “Legal ou ilegal é sempre muito relativo. O que a gente imagina é que devam existir mecanismos que garantam a qualidade”.