Volks concentrará metade da produção na China
Até 2018, a Volkswagen concentrará metade de sua produção em fábricas instaladas na China. Atualmente, a montadora fabrica 8 milhões de carros em todo o mundo.
A informação foi apresentada durante reunião da Rede Sindical Alemã Ibero Americana dos Trabalhadores na Volks, que é realizada nesta semana na Alemanha. Cerca de 80 representantes sindicais participam do encontro.
O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, é um deles, e ressaltou a importância da atenção dos metalúrgicos brasileiros aos riscos dessa forte concentração da produção em território chinês. O problema está no abalo ao emprego e a produção nacional, com uma eventual ampliação das importações chinesas.
Um dos objetivos do encontro, aponta ele, é traçar um plano para o equilíbrio de direitos e de salários entre os metalúrgicos de todas as plantas na multinacional. São essas diferenças que as empresas costumam apresentar como diferenciais de competitividade quando decidem investir aqui ou ali.
A China é um exemplo do grave desequilíbrio entre trabalhadores. “Lá não existe nenhum controle sindical sobre as decisões das fábricas, a organização no local de trabalho é reprimida. Por isto, a China deve ter nossa atenção especial”, afirmou Sérgio.
O secretário geral do Sindicato Wagner Firmino, o Wagnão, trabalhador na montadora e presente à reunião apresentou outro exemplo, o dos trabalhadores russos na Volks. “Eles tiveram de travar uma longa luta para conseguir um salário maior que o mínimo considerado digno para se viver”, disse.
Esse salário mínimo é de 21 mil rublos e até pouco tempo os metalúrgicos na Volks ganhavam R$ 16 mil rublos, sendo que uma parte era variável, paga conforme metas. Com a luta conseguiram uma tabela salarial que pode elevar seus salários até 26 mil rubros. Um real equivale a 17 mil rublos, conforme cotação desta terça-feira.
“Estes exemplos mostram como são grandes os nossos desafios e como é necessário equilibrar direitos. Todos os trabalhadores nas 62 plantas na Volks trabalham do mesmo jeito e não podemos conviver com padrões salariais e de condições de trabalho tão diferentes”, analisou Reinaldo Marques, o Frangão, do Comitê Sindical na fábrica de São Bernardo.
Daqui também participam do encontro Valdir Freire, o Chalita, e companheiros nas fábricas de São Carlos, de Taubaté e de Curitiba.
Da Redação