Volks: DEMITIU, PAROU!
Em assembléia realizada sábado, os trabalhadores
na Volks reafirmaram que irão à luta caso a
montadora mantenha seu plano de reestruturação e
demissão. Governo reúne-se com a
direção da fábrica. Fechamento
ameaça 106 mil empregos e pode tirar R$ 14
bilhões da economia.
Plenária decide: É luta!
Plenária realizada sábado no Sindicato
reunindo cerca de 1.500 trabalhadores na Volks reafirmou a
disposição de radicalizar as
ações caso a montadora mantenha seu plano de
demissão em massa na fábrica Anchieta.
“A Volks pode soltar a lista de demissões a
qualquer momento e esse será o sinal para
endurecermos”, disse o presidente do Sindicato
José Lopez Feijóo.
Ele afirmou que todos têm de fazer sua parte para poder
barrar os planos da empresa.
“O momento é grave e se não
acreditarmos no fechamento da fábrica nossa luta
já começa menor”, comentou ele.
Feijóo voltou a dizer que será um movimento de
longo prazo e todos devem estar preparados para qualquer tipo de
ação, sejam paradas da linha, greve pipoca, greve
por setor ou qualquer outro tipo de protesto.
“Vamos fazer o enfrentamento que tiver de ser feito e a cada
dia a luta vai acontecer do jeito que for o melhor”, avisou.
Feijóo voltou a destacar a necessidade de muita
união e mobilização de toda a
categoria para que o processo seja vitorioso.
Ele pediu que os trabalhadores se recusem a fazer hora extra e quem se
sentir pressionado deve avisar o pessoal da
representação.
Marinho pede suspensão de repasse do BNDES
à Volks
O ministro do Trabalho Luiz Marinho voltou a pedir o
cancelamento do empréstimo de R$$ 497 milhões do
BNDES à Volks, caso a empresa mantenha seu plano de
demissões na fábrica Anchieta.
Marinho, que é um dos conselheiros do banco, vai encaminhar
esse debate na próxima reunião da diretoria da
instituição.
“Dinheiro do BNDES é para estimular investimentos,
gerar novos empregos, permitir o avanço
tecnológico e estimular o crescimento”, comentou
Marinho.
O ministro disse que os recursos do Banco não podem ser
usados para financiar fechamento de fábrica porque o
dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) não permite
isso.
Até a finalização desta
edição não havia terminado o encontro
mantido em Brasília entre Marinho, a ministra-chefe da Casa
Civil, Dilma Rousseff, com a direção da
Volks.
Fechamento da planta coloca 106 mil empregos em risco
O fechamento da Volks Anchieta significa 12 mil demissões
diretas na fábrica e mais 94,6 mil demissões no
Estado, já que cada posto de trabalho na montadora
ameaça o emprego de mais oito na cadeia produtiva.
Só cinco fornecedoras da Volks aqui na região,
que empregam 3.400 trabalhadores, devem demitir cerca de 620
trabalhadores.
A curto prazo, o fechamento da Volks vai afetar dezenas de pequenas
empresas que dependem da fábrica e a médio e
longo prazos vai afugentar empresas como as grandes redes de varejo,
que estão na região por causa do poder de compra
dos trabalhadores da indústria.
O ABC é a o terceiro maior mercado consumidor brasileiro,
depois de São Paulo e Rio de Janeiro.
Estudo