VOLKS E MERCEDES PARAM POR PROPOSTA

Metalúrgicos seguiram orientação da assembleia do último sábado e cruzaram os braços ontem por duas horas. Negociações continuaram sem avanços. Mobilizações prosseguem hoje.

Metalúrgicos cruzam os braços na Volks e na Mercedes-Benz

Seguindo orientação da assembleia de sábado, os metalúrgicos na Volks e na
Mercedes-Benz cruzaram os braços ontem, em protesto pela falta de proposta
de acordo.

A paralisação na Volks aconteceu a partir das 6h, depois de assembleias
nas áreas, e envolveu cerca de 6.500 trabalhadores da produção. Os companheiros ficaram parados até as 8h.

“Todos os anos as montadoras são as primeiras a fechar o acordo, mas agora elas dizem que não podem acompanhar os índices dos outros grupos, como o 3 e 8. É um absurdo e só nos resta pressionar”, disse José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, coordenador da Comissão de Fábrica na Volks “Só o silêncio das máquinas fará o grupo patronal escutar a nossa reivindicação de um acordo semelhante aos já assinados. Se os outros grupos podem, as montadoras também podem”, comentou Bigodinho.

Na briga
Às 8h30, logo em seguida à manifestação na Volks, cerca de 800 companheiros
nos setores de montagem de ônibus, montagem de câmbio, CKD, revisão e complementação de veículos na Mercedes-Benz, também pararam a produção e realizaram uma passeata de protesto por duas horas dentro da fábrica.

Valter Sanches, diretor de Comunicação do Sindicato, comentou durante a assembleia o bom momento econômico que as montadoras atravessam (veja abaixo) e protestaram pela falta de propostas.

“Por incrível que pareça este ano elas ficaram para trás na hora de fechar
o acordo”, afirmou.

Moisés Selerges, coordenador de base por São Bernardo, alertou que a choradeira é grande, mas que o poder de luta da categoria também é grande. “Se o aumento não vier iremos para a briga”, afirmou.