Volks intransigente. Trabalhador mobilizado
A Volks não aceitou alternativas que não sejam demissões e retirada de direitos e os trabalhadores decidiram ontem entrar em estado de alerta permanente. A luta será desencadeada a qualquer momento porque as demissões em Taubaté e São José dos Pinhais podem começar ainda nesta semana.
Aprovado estado de alerta permanente
Diante da postura intransigente da Volks em não aceitar alternativas que não sejam demissões e retirada de direitos, os trabalhadores decidiram ontem entrar em estado de alerta permanente.
“A luta pode acontecer a qualquer momento”, avisou o presidente do Sindicato José Lopez Feijóo, já que existe a possibilidade de a Volks iniciar demissões a partir de hoje nas fábricas de Taubaté e São José dos Pinhais, no Paraná.
Caso isso aconteça, o pessoal na fábrica Anchieta vai decidir quais ações de solidariedade serão desencadeadas.
Na assembléia de ontem, Feijóo lembrou que a Volks disse não a todas as alternativas apresentadas pelos representantes dos trabalhadores para evitar demissões e retirada de direitos.
“Depois de seis encontros, o circo das negociações foi desmontado. A Volks disse que queria negociar apenas para parecer simpática à imprensa e à sociedade”, criticou.
Os trabalhadores chegaram a propor a suspensão das demissões e abertura de PDV até o final do ano, mas nem essa proposta a Volks topou.
Na avaliação de Feijóo, a montadora quer impor um tratado de rendição, com o qual os trabalhadores não concordam.
O presidente do Sindicato lembrou que a empresa está construindo novas fábricas na Índia, Rússia e China, com postos de trabalho precários, ausência de direitos, salários menores e longas jornadas.
“A montadora usa essas fábricas para chantagear os trabalhadores de outros países e impor perdas generalizadas”, protestou ele.
Os primeiros que poderão sair perdendo são os alunos do Senai, que se formam na próxima semana. Como a Volks acabou com a contratação automática, eles poderão ser desligados.
Agora, a luta pode acontecer a qualquer momento, dependendo da ação da Volks “Vamos enfrentar as consequências e reagir de acordo com a gravidade e a seriedade da situação”, avisou Feijóo.
Os pontos mais discutidos
Algumas alternativas dos sindicatos ao plano da fábrica
. Retrabalho: Fábrica quer o retrabalho de duas horas diárias sem o pagamento dessas horas.
Sindicatos propuseram discutir mudanças nos métodos de trabalho, discutir qualidade e criar uma turma para a execução do retrabalho.
. Banco de horas: Volks quer ampliar limite do banco para 200 horas sem nenhum tipo de pagamento.
Sindicatos sugeriram um banco mais fácil de ser administrado, com jornada mínima de 36 horas e máxima de 42 horas semanais, conforme o nível de produção.
. PLR: Volks quer redução de 27% em relação ao valor da PLR do ano passado.
Sindicatos aceitam discutir indicadores baseados na qualidade, mas com metas atingíveis, a partir de valores já conquistados e sem redução.