Volks se prepara para fazer 1 milhão de carros em 2012

Isso equivale a praticamente um terço da produção de toda a indústria automobilística brasileira prevista para este ano. E esse número representará ainda um salto de 39% no ritmo da montadora alemã na comparação com o volume do ano passado

A Volkswagen se prepara para produzir um milhão de carros por ano no Brasil em 2012. Isso equivale a praticamente um terço da produção de toda a indústria automobilística brasileira prevista para este ano. E esse número representará ainda um salto de 39% no ritmo da montadora alemã na comparação com o volume do ano passado.

Para este ano, a meta da companhia é chegar a 800 mil unidades, o que significa um crescimento de 21% na comparação com dois anos atrás. Para atingir seus objetivos, a Volks começou a monitorar os fornecedores para estimulá-los a investir em aumento de capacidade de suas instalações.

Caso contrário, a maior fabricante de veículos do Brasil corre o risco de chegar em 2015 com uma defasagem de 20% entre a capacidade e a necessidade de produção no país, segundo o vice-presidente de compras da montadora, Alexander Seitz.

Os planos de crescimento da Volks vão além do ritmo de toda a indústria automobilística. Vale lembrar que, apesar da euforia no mercado doméstico, a associação que representa os fabricantes, a Anfavea, prevê para este ano uma queda de 5% na produção de toda a indústria na comparação com o ano passado. Mas é a força que tem no mercado interno que dá à Volks a perspectiva de poder crescer mais. A empresa tem hoje 26,3% do mercado brasileiro e tem disputado as vendas mês a mês com a italiana Fiat, que até 2008 foi líder no Brasil.

Preparativos
Enquanto a direção da montadora organiza as estratégias para vender mais, a equipe de compras precisa preparar a cadeia de suprimento de autopeças, componentes e materiais para evitar futuros gargalos.

Neste ano, a Volkswagen do Brasil vai elevar seu volume de compras para RS$ 11 bilhões, 10% a mais do que no ano passado. A montadora gasta hoje em compras o dobro do que em 2002.

Um universo de 500 empresas abastece as fábricas da Volkswagen no país com material produtivo.

Cada automóvel montado pela companhia no Brasil leva 85% de peças compradas no mercado local. Mas a companhia quer elevar ainda mais o índice de nacionalização. “Queremos evitar os impactos negativos da variação cambial”, explica Seitz.

Dessa forma, o volume de compras para os carros mais novos vai aumentar. Segundo Seitz, daqui a dois anos a empresa pretende elevar o valor total das peças do novo Gol compradas no país em mais R$ 1 mil por automóvel.

Com isso, a montadora conseguirá igualar a taxa de nacionalização do modelo – hoje em 78% – para os 85% da média dos demais carros da marca fabricados no Brasil.

A Volkswagen classifica os fornecedores com letras (A, B e C). Os melhores, que apresentaram menores índices de defeito, receberam um prêmio da companhia, ontem à noite em São Paulo.

Seitz está muito mais satisfeito em estar hoje no Brasil do que no período entre 1995 e 2000, quando ele também trabalhou na indústria automobilística brasileira e vivia driblando os altos e baixos da economia.

O executivo alemão participou do processo de construção de uma fábrica de carros da MercedesBenz, em Juiz de Fora (MG).

Ele também trabalhou na Chrysler, nos Estados Unidos, antes de assumir a área de compras na Volkswagen do Brasil, em agosto do ano passado. “Estou feliz de ver que o Brasil mudou”, afirma.

Assim como as demais montadoras, a Volks tira proveito hoje da redução nos preços de materiais, consequente da queda de cotações internacionais que veio com a crise econômica mundial.

Do Valor Econômico