Volkswagen desiste de criar lojas de venda direta de carros elétricos para consumidores na Europa, por causa da lenta adoção de EVs
O Grupo Volkswagen anunciou que está revisando seu modelo de vendas diretas ao cliente para veículos elétricos (EVs) nos principais mercados europeus, incluindo França, Alemanha, Polônia, Espanha e Reino Unido. A medida reflete desafios operacionais e a lenta transição para a mobilidade elétrica, o que tem tornado complexo o gerenciamento de dois sistemas de vendas simultaneamente: um para EVs e outro para veículos a combustão.
Introduzido em 2020, o modelo de vendas diretas — ou “agência” — permitia que a VW mantivesse o controle do inventário e os clientes comprassem diretamente do fabricante, enquanto os concessionários recebiam uma margem fixa. Apesar disso, a empresa agora questiona a eficácia do sistema diante de um mercado de EVs que ainda não alcançou a tração esperada.
Marco Schubert, membro do conselho do Grupo Volkswagen responsável por vendas, afirmou que o modelo de agência continua sendo um objetivo de longo prazo, mas sua viabilidade será reavaliada com resultados esperados para março de 2024. Segundo especialistas, a decisão reflete a pressão da VW para cortar custos e simplificar operações, especialmente em um momento em que enfrenta queda nas vendas e necessidade de reestruturar o negócio, incluindo possíveis fechamentos de fábricas na Alemanha.
O modelo de agência também gerou atrito com concessionários devido às margens fixas oferecidas. Atualmente, a VW paga 4% de margem fixa e 2% de remuneração variável por cada EV vendido, números considerados baixos pelos concessionários, que demandam 6% fixos e 3% variáveis. A revisão incluirá as marcas Volkswagen, Audi, Skoda e veículos comerciais, mas a Cupra continuará adotando o modelo de agência para EVs. Além disso, na Irlanda e na Suécia, todos os veículos do grupo, independentemente do tipo de motorização, seguirão o modelo de vendas diretas.
Do Notícias Automotivas