Volkswagen revê projeções após resultado do primeiro semestre

No início de abril, o presidente da Volkswagen no Brasil, Thomas Schmall, trabalhava com duas projeções para o volume de vendas de veículos no País. Na quarta-feira (1), em encontro com jornalistas, e logo após a Volks apurar um crescimento de 12,6% na venda de automóveis e comerciais leves durante o primeiro semestre, o discurso era bem mais otimista

Quando aconteceu a primeira prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no início de abril, o presidente da Volkswagen no Brasil, Thomas Schmall, trabalhava com duas projeções para o volume de vendas de veículos no País: no melhor cenário previa um recuo entre 2% e 5%, e no mais pessimista uma queda de até 15%. Na quarta-feira (1), em encontro com jornalistas, e logo após a Volks apurar um crescimento de 12,6% na venda de automóveis e comerciais leves durante o primeiro semestre, o discurso era bem mais otimista, com a estimativa de um mercado de 3% a 4% maior que em 2008, até então o melhor ano da história da indústria automobilística nacional.

” Agora, a nossa grande tarefa é manter este crescimento ” , declarou Schmall. E para alcançar esse objetivo, a estratégia da Volks inclui nove lançamentos, além dos sete já realizados desde o começo do ano; contratações de funcionários; e jornadas extras aos sábados. Desde janeiro, as contratações já somam 750 pessoas e dividem-se entre a efetivação de 500 funcionários que já estavam na empresa e a convocação de outros 250 temporários.

Atualmente, as linhas de produção de veículos como Gol, Fox e Voyage estão operando em três turnos de produção. Outras contratações, segundo ele, dependem da situação de cada fábrica em termos das vendas dos veículos produzidos e também de acordos sindicais. A empresa conta com quatro unidades de veículos e comerciais leves no Brasil, que estão localizadas em São Bernardo do Campo, São Carlos, Taubaté e São José dos Pinhais (PR).

Para o segundo semestre, um dos principais focos da Volks será o mercado de comerciais leves, onde atua somente com dois modelos: Saveiro e Kombi. Desde o ano passado, o mercado aguarda o lançamento de uma picape, que concorreria com os modelos Ranger e S-10, respectivamente, fabricados pela Ford e General Motors. O executivo não deu previsão de lançamento do modelo, apenas que pretende mostrar novidades neste segmento.

Sobre a possibilidade de as reduções do IPI terem gerado uma antecipação de compras por parte dos consumidores, Schmall disse não acreditar nessa hipótese. ” O mercado nacional tem grande potencial de crescimento, com uma proporção ainda muito baixa de veículos por habitantes ” , afirmou, antes de ressaltar que o crescimento visto no primeiro semestre lhe parece sustentável e não totalmente dependente do incentivo fiscal.

Quando a cobrança do IPI for retomada gradualmente, o presidente da Volks acredita que a situação do crédito deverá estar mais próxima do patamar pré-crise. No momento, para ele, a situação é pior na liberação de crédito para a compra de veículos usados.

De acordo com os dados fornecidos pela fabricante, no primeiro semestre a Volks vendeu 326 mil unidades no Brasil, sendo cerca de 80% automóveis e o restante comerciais leves. O resultado até junho significou um crescimento de 12,6% sobre igual período do ano passado. O destaque negativo ficou com a exportação, assim como ocorreu com todos os fabricantes do setor. No período, as exportações recuaram quase 40% quando comparada ao mesmo intervalo do ano passado. A produção foi próxima a 380 mil unidades, cerca de 3 mil a mais que em 2008.

Do Valor Econômico