Volkswagen: Sindicatos pedem ao BNDES atenção ao empréstimo

Dirigentes dos sindicatos onde a Volks tem fábricas pediram que o BNDES  faça uma fiscalização rigorosa antes de liberar o dinheiro para a montadora.

Eles conversaram com o presidente do banco, Demian Fiocca, ontem em Brasília, sobre o empréstimo autorizado em abril para a Volks no valor de R$ 497 milhões. O dinheiro ainda não foi liberado.

Os recursos correspondem à metade dos investimentos de R$ 921 milhões que a fábrica quer para expandir a produção de veículos Fox e CrossFox, na atualização de outros modelos e na melhoria do processo produtivo nas fábricas de São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos.

No entanto, o contrato do empréstimo determina que não pode haver demissões nos projetos financiados pelo BNDES. Mesmo assim, a Volks anunciou que pretende demitir 5.776 trabalhadores.

O contrato também determina a contrapartida financeira da empresa no valor de R$ 424 milhões. Mas a Volks fala para os sindicalistas que só serão feitos novos investimentos no Brasil caso os trabalhadores aceitem o pacote de reestruturação.

Participaram da reunião José Lopez Feijóo, presidente do nosso Sindicato, Valmir Marques, de Taubaté, e Eric Pereira, de São Carlos.

Câmara – Foi adiada para data a ser definida a audiência pública que seria realizada ontem na Câmara dos Deputados sobre os impactos econômicos e sociais do plano de reestruturação da Volks no Brasil. Os parlamentares das Comissões de Trabalho e de Desenvolvimento Econômico disseram que o cancelamento do encontro ocorreu porque os executivos da Volks e os representantes do BNDES anunciaram que não participariam.

Os patrões já haviam se recusado a comparecer em reunião semelhante organizada na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Nas duas oportunidades, apenas os sindicalistas que representam os trabalhadores na Volks se dispuseram a participar e explicar aos deputados a sacanagem que a montadora pretende fazer no Brasil.