Volume total no país cresce 563,8% em dez anos
O volume total de crédito do sistema financeiro do país cresceu 563,8% em dez anos, indica balanço publicado hoje pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Segundo o estudo, o total passou de R$ 381,36 bilhões em junho de 2003 para R$ 2,53 trilhões em junho deste ano.
Com a expansão, o volume passou a representar 55,2% do PIB (Produto Interno Bruto) este ano, ante 24,7% em junho de 2003.
Apesar do avanço, o patamar ainda está muito abaixo do registrado nas principais economias do mundo, diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da associação. “Não obstante esta expansão, é fato que o volume total do crédito do país ainda é baixo quando comparado às principais economias, onde este número atinge mais de 100% do PIB, o que demonstra que temos ainda um ambiente favorável à expansão de crédito”, afirma.
A década analisada pela Anefac foi marcada pela redução nas taxas de juros praticadas no país e pela diminuição do spread bancário (ou seja, a diferença entre os juros que os bancos pagam ao captar dinheiro e as taxas que cobram ao emprestar).
As taxas médias de juros nas operações de crédito com recursos livres (que excluem habitação, empréstimos rurais e BNDES) caíram de 56,7% ao ano em junho de 2003 para 26,5% ao ano no mesmo mês de 2013. Para pessoa física, as taxas médias de juros tiveram queda de 81,4% ao ano em junho de 2003 para 34,9% ao ano em junho deste ano.
Já o spread bancário com recursos livres passou de 33,2% ao ano em junho de 2003 para 16,7% ao ano no mesmo mês de 2013. Apesar disso, o estudo ressalta que ambos seguem em patamares elevados no país.
O estudo indica que o prazo médio dos financiamentos com recursos livres cresceu 426% na década, saltando de 7,3 meses em junho de 2013 para 38,4 meses no mesmo mês deste ano.
A inadimplência caiu 3,6 pontos percentuais no período, de acordo com a Anefac. Em junho de 2003, era de 8,8%, enquanto em junho deste ano foi de 5,2% do total de empréstimos.
Da Folha de São Paulo